Os medicamentos sem receita vendidos fora da farmácia são mais caros, o que contraria um dos objectivos anunciados pelo Governo para avançar com a medida, revela o 6º Relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde. De acordo com o 6º Relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), a "informação disponível aponta para o aumento generalizado dos preços dos Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) face ao período prévio à liberalização", salientando-se que "os preços de venda ao público nestes novos estabelecimentos são, na generalidade, superiores aos preços praticados nas farmácias".
Tal como assinala o documento, "estes factos contrariam, no presente, um dos objectivos da liberalização dos MNSRM" anunciada pelo primeiro-ministro, José Sócrates, nomeadamente "a diminuição do [seu] preço, com obtenção de ganhos para os consumidores, decorrente do aumento da concorrência".
O Relatório do OPSS, intitulado "Um ano de Governação em Saúde: Sentidos e Significados", critica ainda a entidade reguladora do sector, o Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento, que "não disponibilizou qualquer informação sobre a evolução, subsequente à medida tomada, do mercado total".
Lançado desde 2001, o Relatório do OPSS resulta de uma parceria entre a Escola Nacional de Saúde Pública, a Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra /Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra e o Instituto Superior de Serviço
Social do Porto.
2006-06-20
Data de introdução: 2006-06-20