Milhares de ucranianos estão a abandonar o nosso país. Os últimos números disponibilizados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), já este mês, revelam uma redução de cerca de 24 mil imigrantes da Ucrânia face aos dados de Dezembro do ano passado, quando havia 67 mil titulares do estatuto de residência e de permanência.
A diferença de valores resulta do facto de o SEF ter passado a contabilizar apenas os pedidos de renovação de autorização de permanência – tendo ‘riscado’ das listas os imigrantes que não pediram essa renovação. Os números são agora mais rigorosos, uma vez que deixaram de incluir todos aqueles que saíram de Portugal.
A crise económica verificada no nosso país, em particular a forte quebra na construção civil, é a principal razão para a partida de milhares de ucranianos, segundo explicaram ao CM membros daquela comunidade. Alex Gryn e Alexei Gorbunov confirmam que vários amigos voltaram para casa. As razões apontadas passam por uma série de factores, quase todos de natureza económica. “A vida melhorou na Ucrânia” – resumem. Outro motivo para o regresso foi a Rússia ter facilitado a imigração de ucranianos. “É um país vizinho, as pessoas vão para lá trabalhar e podem ir a casa todos os meses, uma situação impossível para quem vive em Portugal”, explicou Alexei Gorbunov.
“O crescimento económico em Espanha e os melhores salários praticados em França e no Reino Unido ajudam também a explicar por que os ucranianos estão a abandonar Portugal”, acrescentou por sua vez, Alex Gryn.
Em França, nos últimos cinco anos, a imigração da Europa de Leste cresceu 37 por cento, totalizando hoje 250 mil pessoas. No Reino Unido, nos últimos dois anos chegaram mais de 600 mil imigrantes do Leste da Europa.
A burocracia necessária para obter a legalização no nosso país é outra das razões apontadas. A conclusão é que trabalhar nas obras ou nas limpezas já não atrai ucranianos.
Fonte: Correio da Manhã
Data de introdução: 2006-09-11