Mais uma vez vai ser Natal! Já agora, e antes de mais, Bom Natal a todos os leitores desta “coluna de opinião”.
No pressuposto de que esta coluna vá correspondendo a um certo “sobressalto cívico e de cidadania” que o seu autor dela pretende, a simbologia do Natal sugere-me uma reflexão sobre a problemática que tanto (e tão oportunamente) tem andado pelas páginas do SOLIDARIEDADE muito bem tratada, a saber: os “menores em risco”.
Esta criança chamada Jesus andou com um azar miserável: filho de mãe solteira, adoptado pelo bom S. José, pessoas pobres que, como tais, levaram com a porta na cara quando, em viagem, viram chegar a hora do nascimento e pediram alojamento em várias pensões!
Lá foram parar a um curral de sendo aquecidos pelo calor de animais que os humanos lhes negaram, ali viram nascer o seu Menino.
Ainda mal refeitos deste pesadelo, tomam conhecimento de que essa criança estava na mira das autoridades por representar uma ameaça ao poder dos tronos da autoridade, onde pontificava o temido Herodes que, de forma cruel, o quis eliminar à nascença, decretando a ignominiosa “matança dos inocentes”.
Azar o seu: entretanto, o Menino Jesus, acompanhado por Maria e José, fugiu para o Egipto, qual imigrante clandestino sem papéis nem autorização do SEF lá do sítio.
Por lá andou uns tempos, iludindo a vigilância das autoridades, até que conseguiu regressar à sua terra para lá ir crescendo em sabedoria e ciência, preparando-se assim para a sua Missão Messiânica.
O Natal evoca-nos este acontecimento histórico, de um Deus feito Homem na forma de uma Criança.
Jesus pode bem considerar-se como o protector das “crianças em risco” .
É pena que a evocação desta data natalícia e os símbolos genuínos deste evento do Natal de Jesus se tenham vindo a “desidentificar” de tal forma que o comércio e as decorações natalícias tenham “eliminado” o Menino substituindo-o por um Pai Natal carregado de prendas, numa espécie de adoração ao ídolo do consumo que constitui uma cruel adulteração das cenas históricas herdadas pela tradição cristã!
Afinal de contas, naquele tempo como hoje, parece que as crianças na sua fragilidade e inocência incomodam tanta gente. Porque será?
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