É uma doença curável mas está longe de ser erradicada. A lepra atinge perto de 300 mil pessoas anualmente no mundo, sendo muitos casos diagnosticados tardiamente e provocando sequelas, informou a Fundação francesa Raoul Follereau. Cerca de 300 mil novos casos de lepra foram diagnosticados em 2005, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 30 mil dos quais detectados em crianças. "Em cada 20 segundos, há uma criança que é afectada pela lepra", sublinha a Fundação.
Um tratamento que associa três antibióticos, desenvolvido no início dos anos 80, permitiu curar 14 milhões de doentes. No entanto, cerca de dois a três milhões apresenta ainda sequelas da doença. Em 1991, a OMS fixou como objectivo fazer com que a doença deixasse de ser, até ao ano 2000, um problema de saúde pública, e que houvesse, por cada dez mil habitantes, menos de um caso. O objectivo não foi atingido em vários países, como por exemplo Madagáscar, Moçambique, Brasil, Índia, Nepal, entre outros.
Provocada por um bacilo parecido com o da tuberculose, o Mycrobacterium leprae ou bacilo de Hansen, nome do biólogo norueguês que a isolou, a infecção evolui muito lentamente e a incubação pode durar entre 10 a 20 anos. O surgimento de manchas insensíveis na pele é o primeiro sintoma visível da doença. Contrariamente às ideias concebidas, a lepra é muito pouco contagiosa.
A doença é transmitida por secreções nasais mas 90 por cento das pessoas que se encontram em contacto prolongado com o bacilo não desenvolvem a doença. O bacilo afecta principalmente a pele, os nervos e as mucosas. Se as pálpebras paralisarem e o olho não tiver lágrima, o doente corre o risco de perder a vista.
O doente deixa de ser contagioso dois dias após iniciar a toma dos primeiros antibióticos e são necessários seis a 12 meses de tratamento para curar a lepra, dependendo da forma da doença.
27.01.2007
Data de introdução: 2007-01-27