O secretário-geral do PS, José Sócrates, afirmou domingo, dia 11, que a interrupção voluntária da gravidez "deixará de ser um crime" em Por tugal, considerando que a vitória do "Sim" no referendo foi "um resultado inequívoco".
"O povo falou e falou de forma clara e veio reforçar a legitimidade do espaço político e legislativo que estava em causa", sublinhou José Sócrates.
"Batemo-nos pela mudança da lei, mas com o compromisso de o fazer através de uma consulta popular", disse, assegurando que "a vontade do povo português " será respeitada e permitirá "consolidar um novo consenso social para combater eficazmente o aborto clandestino".
De acordo com José Sócrates, o resultado do referendo "evidencia que os portugueses desejam um virar de página na questão do aborto".
"Os portugueses querem que este tema deixe de ser um foco de conflito e de disputa política e que haja também uma mudança na realidade que permita combater o aborto clandestino na linha das soluções adoptadas pela larga maioria dos países desenvolvidos da Europa", disse.
Para o secretário-geral do PS, a tarefa que está pela frente "é respeitar a vontade do povo português, consolidando um novo consenso social capaz de combater eficazmente o aborto clandestino em Portugal".
"Estaremos à altura do nosso compromisso pelo sim responsável.
A lei que temos agora de aprovar deve, desde logo, respeitar a decisão do referendo", avisou o líder socialista.
Na sua declaração política, Sócrates também frisou que a consulta nacional "não foi um confronto entre partidos, apesar de os partidos terem legitimamente defendido as suas posições".
Já sobre o seu envolvimento pessoal na campanha a favor do "Sim" no referendo, o secretário-geral do PS afirmou ter "um compromisso eleitoral" para "combater o aborto clandestino por outra via" que não a da criminalização se praticado nas primeiras dez semanas de gravidez.
Interrogado se os abortos serão pagos ou gratuitos no Serviço Nacional de Saúde, Sócrates apenas disse que "ainda é cedo" para abordar esta questão, mas frisou que Portugal seguirá "as boas práticas de outros países europeus, que têm dado bons resultados".
Fonte: Agência LUSA
Data de introdução: 2007-02-11