A agência de comunicação Dreamgate/McCann vai convidar, a partir de Junho, os portugueses a fotografarem, com o telemóvel, barreiras sociais, físicas e culturais para construir um mapa do Portugal Invisível.
A iniciativa, que visa fazer um «novo mapa de Portugal, onde as barreiras responsáveis por um país pouco inclusivo são identificadas», foi uma das que esteve presente, em Santarém, na conferência Compromisso para a Inclusão, que encerrou o Roteiro para a Inclusão, iniciado há um ano pelo presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
Clara Cotrim, directora do projecto, disse à Lusa que, na sequência da aprovação, no final de 2006, do Plano Nacional de Promoção da Acessibilidade, pelo Conselho de Ministros, a Dreamgate/McCann decidiu aliar-se ao esforço nacional de ajudar a eliminar, até 2015, as barreiras sociais, físicas e culturais.
O projecto foi apresentado em Março último ao presidente da República, que decidiu dar-lhe o seu alto patrocínio e convidou os seus responsáveis a apresentá-lo hoje em Santarém, adiantou.
A proposta da agência é realizar, a partir de Junho, uma campanha de comunicação que leve a população a «fotografar barreiras com o seu telemóvel e enviar via MMS para o site Portugal Invisível», onde as imagens são publicadas e os locais identificados no mapa.
«Ao identificar e mapear as barreiras é possível dar visibilidade a questões que passam habitualmente despercebidas, que são nvisíveis», levando a que o confronto com a realidade seja «um motor de transformação», disse.
Clara Cotrim frisou o facto de a deficiência ser hoje entendida pela Organização Mundial de Saúde não como um atributo inerente ao indivíduo mas sim a construção artificial do meio físico, cultural e social.
«Num contexto social em que a limitação está associada ao envelhecimento da população, a agência percebeu que é necessário e urgente identificar o contexto físico, que torna Portugal numa arquitectura de obstáculos em que uma simples saída à rua se pode tornar num pesadelo», acrescentou.
A alteração desta situação «não é só responsabilidade das entidades públicas», frisou.
«Já existe imensa legislação, é agora precisa uma mobilização da sociedade», disse, justificando a iniciativa de uma agência cuja «ferramenta de trabalho é a comunicação».
A Dreamgate/McCann está neste momento à procura de parceiros para o projecto, nomeadamente entre instituições financeiras, que podem elas próprias desenvolver instrumentos financeiros, como créditos bonificados que apoiem iniciativas de cidadãos que visem eliminar barreiras, disse.
Outros potenciais parceiros serão empresas das áreas tecnológicas, que ajudem a desenvolver a plataforma, e da área das comunicações móveis, que incentivem os cidadãos a enviarem imagens para o site captadas pelos seus telemóveis.
Além de mapear as barreiras, o projecto visa, com o apoio dos parceiros que adiram à iniciativa, premiar intervenções que ajudem a eliminá-las, nomeadamente de arquitectos, designers, construtores, fabricantes de equipamentos ou de empresas e particulares, adiantou.
FONTE:
SOL
Data de introdução: 2007-04-16