O rosto das pessoas é incapaz de mostrar duas emoções básicas ao mesmo tempo porque o seu processamento cerebral é feito sequencialmente, revela um estudo que envolveu 834 portugueses. Esta é uma das conclusões do estudo científico "A expressão facial: o efeito e a intensidade da exibição das emoções básicas", realizado por Freitas-Magalhães, director do Laboratório de Expressão Facial da Emoção da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa, no Porto.
O estudo analisou a intensidade das sete emoções básicas exibidas pelos participantes (alegria, tristeza, cólera, medo, surpresa, aversão e desprezo), medindo os movimentos esquelético-musculares da face em fracções de segundo.
Os participantes não conseguiram exibir no rosto duas emoções básicas ao mesmo tempo quando lhes foi pedido, o que, de acordo com o autor do estudo, "atesta que o processamento cerebral da exibição das emoções básicas no rosto é sequencial". A investigação científica revelou ainda que as mulheres exibem mais rápida e intensamente as emoções básicas do que os homens e que isto acontece independentemente da idade.
A análise dos "estados de espírito" mostrou ainda que a surpresa e o medo são as emoções básicas que as mulheres e os homens demonstram mais rapidamente, enquanto que o desprezo e a aversão são as que exigem mais tempo a aparecer no rosto dos participantes.
Na investigação, realizada desde 2005, participaram um total de 834 portugueses (417 mulheres e 417 homens), de idades compreendidas entre os 18 e os 70 anos.
O director do Laboratório de Expressão Facial da Emoção, o psicólogo português Freitas-Magalhães, é especialista no estudo das funções e repercussões do sorriso no desenvolvimento das emoções e das relações interpessoais, entre outros.
O efeito do sorriso na percepção psicológica da afectividade, dos delinquentes, dos estereótipos, e nas diferenças de género, idade, da cor da pele e de gémeos e o reconhecimento das emoções básicas através da expressão facial em diferentes grupos etários são outras áreas estudadas pelo investigador português.
28.12.2007
Data de introdução: 2007-12-29