O novo ano de 2008 chegou e, com ele, voltamos a alimentar todas as expectativas de um futuro melhor que o passado.
Cada um sabe da sua vida e, melhor que ninguém, terá já muitas vezes identificado o que na sua vida pessoal, familiar, profissional está no bom caminho e o que, eventualmente, deva merecer uma avaliação mais atenta e corajosa que lhe ajude a dar o salto da mudança, transformando caminhos mal andados em auto-estradas de esperança e busca da felicidade que tanto quer e que, quem sabe, já muitas vezes se terá cruzado com elas sem as reconhecer!
Cá estamos para acolher 2008, mantendo-nos de sentinela ao país onde vivemos e no qual temos, por imperativo de cidadania, de intervir com ousadia e solidariedade com todos aqueles que, no seu quotidiano, vivem a experiência amarga da solidão, da exclusão, da pobreza.
Ao eleger como título desta crónica um adágio popular: “gaivotas em terra…tempestade no mar”, é minha intenção partilhar com os leitores do SOLIDARIEDADE uma preocupação que há muito tempo paira no ar e vai sendo objecto de análise por muitos comentaristas da nossa praça, a saber: a banca anda muito nervosa e ninguém sabe muito bem porquê…mas coisa boa não é, certamente!
Os últimos capítulos da novela do BCP (opa não opa, funde não funde…) faziam já adivinhar mouro na costa. Pela intervenção junto do Banco de Portugal do “empresário de sucesso, de nome Berardo” começou a saga das suspeitas e dos inquéritos.
Até parece praga: cá na nossa terra é sempre preciso que se “zanguem os compadres para se saberem as verdades”!
Agora, aos nervos da banca, por via de um descontrole do crédito mal parado com as consequências que isso pode significar na vida de milhões de pessoas, descontrole que, associado a conjunturas económicas desfavoráveis, ameaçam fazer subir a inflação, juntam-se também os tentáculos dos políticos que, não vá o diabo tecê-las, procuram ter à mão o maior número possível de bancos para, numa solução de emergência, evitar que o bom povo português se alarme e seja tentado a querer saber o que se está verdadeiramente a passar, pois estas coisas devem ser tratadas como segredos de Estado!
Olho neles…e vamos lá arregaçar as mangas para trabalhar e pagar direitinho às Finanças os impostos, mantendo limpinho o nosso cadastro de contribuintes.
Não há inqueritos válidos.