GRAÇAS À SOLIDARIEDADE DE TERCEIROS

Trocou cadeira de rodas manual por uma eléctrica

Uma empresa de Alcanena garantiu o dinheiro em falta para a compra da cadeira.

Foi no dia 6 de Junho que uma comissão de moradores da aldeia de Curvaceiras, Paialvo, Tomar, deu por terminada a sua missão. O grupo vinha a organizar, desde Janeiro, uma acção de solidariedade com vista à obtenção de fundos para adquirir uma cadeira de rodas electrica, orçada em três mil euros, para uma habitante da aldeia.

Como tal organizaram, a 11 de Maio, uma festa de angariação de fundos para comprar uma cadeira de rodas eléctrica para Clementina Vicente, 47 anos, que tem dificuldades em movimentar-se devido a uma doença genética degenerativa e pouco saía à rua na sua cadeira de rodas manual. Na iniciativa só conseguiram arrecadar metade do bolo. Outros donativos foram recolhidos, à posteriori, sendo que a quantia em falta, 550 euros, foi oferecida por uma empresa de Alcanena, a AJUDEF, que tomou conhecimento da acção de solidariedade através de O MIRANTE.

“Logo que li a notícia pensei que, uma vez que não poderia dar emprego a esta senhora por morar longe, poderia dar a quantia que faltava para adquirir a cadeira de rodas eléctrica”, explicou Isabel Oliveira, sócia da empresa, que dá apoio e trabalho a pessoas portadoras de deficiências fisicas e mentais (ver caixa).

Manuel Coentro, porta-voz da comissão, diz não ter palavras para agradecer “tão nobre gesto”, salientando o facto de ter sido uma empresa “de fora do concelho de Tomar” a que contribuiu com a maior dádiva. “Pedimos um donativo a todas as juntas de freguesia do concelho de Tomar mas houve algumas que não deram nada, o que lamentamos”, referiu, salientando que o facto de esta comissão se ter deslocado a Alcanena para ir buscar um donativo de 550 euros é um gesto “de uma enorme grandeza”, uma vez que são pessoas de fora que estão a ajudar esta causa.

“O vosso contributo, que foi o de maior valor por nós recebido, vai possibilitar dar uma qualidade de vida que a Clementina não tinha até aqui”, referiu Manuel Coentro, acompanhado pelo pai da benefeciária, visivelmente emocionado. Maria Rodrigues, outra das impulsionadoras deste movimento de solidariedade entregou, em troca, um ramo de flores, à representante da empresa que permitiu a concretização de um desejo seu: fazer com que a vizinha, que tantas vezes via através da janela, fechada em casa, saísse mais vezes para a rua.

Clementina Vicente não se deslocou a Alcanena para conhecer quem a ajudou, visita que ficou prometida pelo seu pai para mais tarde. Já nas Curvaceiras fomos encontrá-la, radiante, na sua cadeira nova, uma vez que, segundo a comissão, a empresa disponibilizou-se a entregar a cadeira mesmo sem esta estar paga na totalidade. “Agora já posso passear mais e, facilmente, vou a qualquer lado sozinha”, disse Clementina que ganhou, desde então, um novo brilho no olhar.

Fonte: O Mirante Online

 

Data de introdução: 2008-06-26



















editorial

Educação: o pilar da inclusão e da solidariedade

Desde a sua fundação, a CNIS tem vindo a afirmar que a educação é, antes de mais, um direito de todos e um fator determinante para a inclusão social. Nesta edição do Solidariedade, reafirmamos esse compromisso...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Acolhimento de Imigrantes apela ao nosso humanismo pátrio
A entrada de imigrantes, em Portugal, tem sido um dos assuntos mais presentes na agenda do país. Na abordagem política tem predominado mais a ideologia que a defesa incontornável da...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

A responsabilidade política e a crise das urgências
Duas grávidas perderam, com um intervalo de uma semana, os seus bebés depois de procurarem uma resposta de urgência num hospital público.  Num dos casos, segundo o...