POBREZA

Presidente da Caritas diz que facilidades no crédito fomentam formas encapotadas de empobrecimento

O presidente da Caritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, pediu ao poder político "uma atenção cuidada" às instituições financeiras que facilitam o crédito a troco de juros muito elevados, alertando que fomentam uma "forma encapotada de empobrecimento". "Peço ao poder político que preste uma atenção cuidada a novas formas de empobrecimento encapotadas como são aquelas empresas de crédito fácil com juros muito elevados que acabam por produzir aquilo a que se pode chamar os «pobres a crédito», afirmou Eugénio Fonseca, presidente da Caritas Portuguesa.

O responsável falava à Agência Lusa no final de uma reunião com uma delegação do CDS-PP que incluiu o líder, Paulo Portas, e o presidente da bancada parlamentar, Diogo Feio, no âmbito de um conjunto de visitas que aquele partido está a realizar com o tema “Estado da Nação».

O presidente da Caritas Portuguesa, instituição da Igreja Católica que trabalha com voluntários no apoio social a famílias necessitadas, defendeu que o Banco de Portugal ou as entidades reguladoras "poderiam acompanhar de mais perto" os regulamentos de acesso aos "créditos fáceis".

"São as tais letras pequeninas. O que se pode fazer é uma regulação do mercado mais exigente, para além de haver a necessidade de formação e educação sobre o consumo", defendeu.

Eugénio Fonseca alertou que os grupos que estão a empobrecer rapidamente por terem recorrido àquele tipo de créditos "são as famílias das classes médias baixas" que "muitas vezes não têm capacidade ou formação que lhes permita perceber" o nível de endividamento a que vão sujeitar-se ao assinar sem ler "as letras pequeninas".

No final da reunião, Paulo Portas alertou igualmente para o problema do endividamento das famílias, sustentando que os juros cobrados por muitas instituições financeiras "estão próximos da usura".

Portas considerou que "há uma verdadeira omissão por parte das entidades reguladoras" quanto à existência daquele tipo de produtos de crédito.


03.07.2008

 

Data de introdução: 2008-07-03



















editorial

2025: A ESPERANÇA NÃO ENGANA?

O ano 2025 já segue o seu curso e a esperança não pode enganar… Agora é tempo das decisões. Decisões que já tardam porque a imprevisibilidade agrava a insustentabilidade…

Não há inqueritos válidos.

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Imigração: O exemplo tem que vir de cima
Um velho provérbio diz-nos que quem está mal, muda-se. É o que fazem milhões de pessoas em todo o mundo, há séculos a esta parte. São muitos, mas não...

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Um Ano Novo vem aí!
Nas duas últimas semanas, circularam mensagens de Boas Festas, muitas delas simplesmente impressas sem sequer terem a assinatura do remetente e algumas até sem palavras mais personalizadas.