Mais de um terço dos portugueses com VIH/Sida só iniciam os tratamentos numa fase muito avançada da infecção, com riscos acrescidos de mortalidade, alertou um especialista em infecciologia do Hospital de São João, Porto. "Entre 30 a 40 por cento dos doentes são diagnosticados tardiamente, quando já têm um défice imunitário grave. Nesta fase, apresentam um maior risco de problemas hepáticos e cardiovasculares e têm menor probabilidade de reagir à medicação e recuperar", afirmou Rui Marques, membro da comissão executiva de uma conferência dedicada a este tema.
Perante o problema, a importância do diagnóstico precoce será um dos principais temas em debate na conferência VIHPortugal2009, que decorrerá em Lisboa, no final de Março.
O encontro vai reunir, pela primeira vez, médicos, investigadores, organizações não governamentais, políticos e doentes, que irão debater o acesso aos cuidados de saúde e o papel dos testes de diagnóstico na diminuição do número de doentes que ainda desconhece a sua situação clínica.
De acordo com estudos nacionais e internacionais citados hoje na apresentação desta conferência, entre 60 a 70 por cento das pessoas a quem é diagnosticada a infecção com VIH abandona comportamentos de risco a partir dessa altura, com importantes ganhos de saúde individuais e a nível da saúde pública.
Neste sentido, os participantes da conferência VIHPortugal2009 deverão elaborar, no final do encontro, um documento com recomendações para ajudar a definir e implementar uma estratégia nacional para o diagnóstico precoce.
A ministra da Saúde vai presidir à abertura desta iniciativa, onde estarão igualmente presentes Henrique Barros, responsável da Coordenação Nacional para a Infecção VIH/Sida, e Denis Haveaux, da Coordenação das Nações Unidas para o VIH/Sida, além de dezenas de especialistas portugueses e estrangeiros.
25.11.2008
Data de introdução: 2008-11-25