Uma casa-abrigo para mulheres vítimas de violência vai abrir este ano na freguesia de Fátima, revelou a presidente da Associação Centro de Dia da Freguesia de Fátima, Teresa França. A responsável, que integra a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo do concelho de Ourém em representação das instituições particulares de solidariedade social sem acolhimento, explicou que a ideia de criar uma casa-abrigo surgiu da constatação de que «existe um aumento de casos de violência sobre as mulheres».
Teresa França referiu ainda relatos que chegam à comissão em que a violência no seio familiar atinge também crianças.
Por outro lado, a dirigente acrescentou que «a inexistência de um apoio destes no distrito» de Santarém motivou a associação a avançar com a criação desta estrutura.
«Vamos começar por arrendar uma moradia, em local da freguesia de Fátima que não vamos revelar» , declarou Teresa França, adiantando que o espaço terá capacidade para um total de 15 utentes, número que será objecto de um protocolo a celebrar com o Centro Distrital de Segurança Social.
«Ao nível dos utentes, estamos a falar de mulheres, mas também dos seus filhos menores» , esclareceu a presidente da Associação Centro de Dia da Freguesia de Fátima.
Segundo Teresa França, a casa-abrigo vai funcionar como um centro de acolhimento temporário, prevendo-se uma estadia máxima dos utentes de seis meses.
«Durante esse período, espera-se que as mulheres organizem a sua vida, quer do ponto de vista psicológico e físico, mas também ao nível do emprego» , disse a responsável, assegurando que nesses meses as crianças vão poder frequentar estabelecimentos de ensino da freguesia de Fátima.
Teresa França afirmou que, na eventualidade das vítimas não conseguirem refazer a sua vida naquele período, a estadia será prolongada.
Para já, a associação vai avançar com pequenos arranjos na casa, estimando-se que a abertura da casa-abrigo decorra no segundo semestre deste ano.
Quanto aos funcionários, a nova valência vai aproveitar os recursos humanos da Associação Centro de Dia da Freguesia de Fátima, prevendo-se a contratação de uma psicóloga a meio tempo.
«Os custos não serão muito grandes, pois caberá às utentes a responsabilidade pelas tarefas domésticas» , referiu ainda a presidente da associação.
O 2008, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima apoiou 383 pessoas residentes no distrito de Santarém. Destas, 23 tinham morada no concelho de Ourém.
Fonte: Sol
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