Numa época de crise económico-financeira, as Misericórdias têm de responder mais e melhor, mas de forma sustentada, tema que vai estar em debate no Congresso da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), que decorre no Funchal. As crescentes necessidades de receitas para suportar as actividades das Misericórdias, a que acorrem cada vez mais pessoas, segundo Manuel Lemos, presidente da UMP, apontam para vias como a modernização e a inovação, consideradas instrumentos para garantir a sua sustentabilidade neste primeiro quartel do século XXI.
Exemplos de modernização e empreendedorismo vão ser apresentados até sábado durante o congresso, que terá a participação, entre outros, da ministra da Saúde, Ana Jorge, titular da área com que as Misericórdias afirmam ter mais dificuldade de colaboração e cooperação.
Manuel Lemos lamenta que na área de Saúde não haja com o Estado a cooperação que existe nas chamadas respostas sociais tradicionais, referindo que as Misericórdias têm capacidade para criar redes de cuidados continuados de saúde e eliminar as listas de espera para cirurgias, citando o caso das operações às cataratas.
Os secretários de Estado do Emprego, Fernando Medina, e da Segurança Social, Pedro Marques, presidem às sessões dedicadas ao Empreendedorismo e Novas Respostas Sociais, respectivamente, cabendo ao ministro da Segurança Social, Vieira da Silva, encerrar a reunião magna das Misericórdias.
Criada em Novembro de 1976, na sequência do que o site da União das Misericórdias apresenta com o "profundo trauma institucional resultante da nacionalização dos hospitais das Misericórdias", a UMP engloba hoje cerca de 400 Santas Casas, de que a mais conhecida é a de Lisboa, detentora do monopólio das lotarias e dos jogos de apostas (Euromilhões, Totoloto e Totobola).
Data de introdução: 2009-06-11