O Projecto “Porto Feliz” pode vir a ser usado como referência a nível nacional, no âmbito da luta contra a droga. O presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), Nuno Freitas,
elogiou a iniciativa da Câmara Municipal do Porto e afirmou que ela pode ser alargada a todo o país.
"O projecto “Porto Feliz” não é uma experiência, mas sim uma nova política, uma nova abordagem que nos interessa estudar", salientou Nuno Freitas, no final de uma visita à Fundação para o Desenvolvimento Social do Porto (FDSP), onde lhe foi apresentado este programa de reinserção social.
Segundo referiu, numa altura de avaliação do que foi feito em termos de estratégia de combate à droga em Portugal, interessa perceber como é que um grande município, como o Porto, olhou para o problema, como é que reinventou, recriou, o seu programa de luta contra a droga e incluiu esta questão numa outra mais vasta ligada à inclusão e exclusão social.
O Projecto "Porto Feliz" teve a sua génese no Programa Municipal de Combate à Exclusão Social, aprovado em Junho de 2002 pela Câmara do Porto, após uma acesa polémica entre a maioria relativa PSD/CDS-PP que lidera a autarquia e a oposição.
Vulgarmente conhecido como "programa dos arrumadores", o projecto foi criticado pelo PS, CDU e BE pela alegada tentativa de "erradicação" dos toxicodependentes que obtinham dinheiro para comprar droga pedindo moedas aos condutores que ajudavam na procura de estacionamento.
O número de arrumadores diminuiu sensivelmente na cidade e, segundo a autarquia, os que ainda persistem são aqueles que não aceitaram o programa de desintoxicação proporcionado pela FDSP, instituição camarária que gere o projecto.
Nuno Freitas lembrou que o objectivo agora é discutir os caminhos percorridos e os resultados alcançados em matéria de combate às drogas e toxicodependência até meados de Dezembro, por forma a determinar as suas conclusões e linhas futuras.
Data de introdução: 2004-10-21