A vergonha do estigma da pobreza é a principal razão para 171 mil portugueses não pedirem o rendimento social de inserção, apesar de terem direito a recebê-lo. Actualmente, o apoio beneficia 400 mil pessoas.“Há muitas famílias que têm o direito de recorrer ao rendimento social de inserção e não o fazem porque têm medo do estigma da pobreza”, disse Carlos Farinha Rodrigues, professor de Economia do ISEG, à margem de uma conferência internacional sobre pobreza e exclusão social, ontem (18 de Novembro) em Lisboa.
Segundo disse o especialista ao jornal “i”, “a violentíssima campanha negativa” conduzida contra o rendimento social de inserção (RSI) parece intimidar alguns portugueses.
Este instrumento é um apoio para os indivíduos e famílias mais pobres, constituído por uma prestação em dinheiro para satisfação das necessidades básicas e um programa de inserção para os ajudar a integrar-se social e profissionalmente.
“O RSI é um instrumento fundamental com um efeito directo na redução da intensidade da pobreza”, salientou Carlos Farinha Rodrigues ao “i”. No entanto, muitas pessoas ainda não o pedem por vergonha, falta de conhecimento ou por razões administrativas, acrescentou, baseando-se nas conclusões de inquéritos realizados a nível europeu em 2007.
Para Edmundo Martinho, presidente do Instituto de Segurança Social e um dos moderadores do debate, é “extremamente importante manter a aproximação dos desempregados ao mundo do trabalho” e “as protecções sociais” são uma garantia.
Fonte: Público
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