Jaime Ramos, fundador e presidente desde a primeira hora da, agora, Fundação ADFP (Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional), de Miranda do Corvo, iniciou a sua vida pública na presidência da Câmara mirandense, cargo que ocupou durante uma década (1979-1989). Foi nesse período que desenvolveu e pôs em prática o projecto de criar uma instituição que… investisse em pessoas. Deputado na Assembleia da República pelo PPD/PSD (1979-1985 e dois meses em 1995) e Governador Civil de Coimbra (1989-1991), este médico tem sido um dos principais activistas na luta pelo Metro Mondego, que deixou a sua Miranda do Corvo sem metro de superfície, nem comboio. No entanto, é a defesa do terceiro sector que o faz mover montanhas… se necessário.
Qual a importância para a ADFP pertencer à CNIS?
Fazemos parte da CNIS, mas agora também do Centro Nacional de Fundações, e achamos que é importante fazermos parte de conjuntos nacionais de organizações similares à nossa que defendam os interesses do terceiro sector em Portugal. O terceiro sector tem sido um bocado desprezado pelos sucessivos governos e, particularmente, por este… Portugal devia desenvolver mais este sector e o Estado devia criar um espírito de maior ligação às áreas do sector social para dinamizar algumas áreas que precisam de ser desenvolvidas, que são de interesse público, e que o Estado não pode gerir tão bem como as entidades privadas o podem fazer, valorizando o espírito não lucrativo destas instituições. Esta é uma área que pode criar muito mais emprego do que qualquer outra, portanto, sempre que houver um governo sensível a dinamizar mais o terceiro sector, melhorará a nossa economia no seu conjunto, o bem-estar social e criará muito mais emprego. É preciso que os governos em Portugal mudem a sua filosofia dos últimos anos e apostem claramente nestas instituições sem fins lucrativos em vários âmbitos. Por outro lado, actualmente vivemos num País que está cada vez mais a concentrar-se em Lisboa e no Litoral e a abandonar o Interior e a maneira de contrariarmos este cenário é criando negócios sociais que gerem emprego em todo o território e isso é possível por entidades do terceiro sector.
E qual a sua opinião sobre o papel da CNIS junto do Estado?
Penso que a CNIS, tal como as Misericórdias ou o Centro Nacional de Fundações, devia ter uma posição mais reivindicativa junto do Estado e não devia permitir, como aconteceu em alguns casos, ser marginalizada. Nos casos de incumprimento de promessas eleitorais nesta área, quer a CNIS, quer as Misericórdias, quer o Centro Nacional de Fundações deviam mostrar, claramente, o cartão vermelho ao Governo.
P. V. O.
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