Apraz-me, através desta coluna, registar como uma excelente iniciativa da CNIS a evocação dos 30 anos da constituição formal/jurídica da então UIPSS que, mais tarde evoluiu para CNIS. Aconteceu no dia 15 de Janeiro de 1981.
Quem sabe se a evocação deste acto fundador, através da realização de um Congresso que pretendeu “fazer memória da história” de um agitado mas consistente itinerário social que, ao longo de 30 anos, tanto as Instituições como a sua Organização representativa - a UIPSS/CNIS - , têm percorrido, não poderá ser inspirador, nos tempos e nas circunstâncias em que hoje se desenvolve o trabalho sócio-educativo-comunitário de milhares de IPSS, para a busca criativa e arrojada de “novos rumos para a solidariedade”?!
Quem de nós não se terá já interrogado muitas vezes sobre o presente e o futuro das Instituições que servimos para, através delas, continuarmos a sentir-nos úteis às comunidades humanas onde estamos inseridos?
A sociedade portuguesa habituou-se a contar com as IPSS como autênticas “bombeiras da solidariedade” que, durante anos e anos, se foram espalhando pelo país, introduzindo na sua geografia uma rede qualificada e consolidada de equipamentos e serviços à dimensão das necessidades das comunidades em que estão enraizadas!
Os próprios e sucessivos governos, durante muitos anos, trataram as IPSS como aliadas das políticas de cooperação para o exercício do subsistema de acção social, com elas estabelecendo protocolos e acordos, na base da boa fé e respeito pela sua Identidade e Autonomia. E agora? Começam a ser inquietantes as informações que vão chegando, através da comunicação social, dando conta de que, por falta de apoios financeiros, por um lado, e por outro, por uma inconcebível e prepotente tentação de controle das suas actividades, podem constituir uma ameaça à sobrevivências muitas Instituições!
Com um novo ciclo político à vista, e se a as IPSS continuarem a fazer da “união” a sua FORÇA, talvez se possam encontrar estratégias para fazer acontecer também um novo ciclo de cooperação entre o Governo e as IPSS.
Seria uma rica prenda para os 30 anos da CNIS!
Pe. José Maia
Data de introdução: 2011-06-04