SOLIDARIEDADE

Presidente da Cáritas critica "caminho feroz de exigências" imposto pela troika

O presidente da Cáritas Portuguesa criticou "o caminho feroz de exigências" que está a ser imposto pela troika e seguido pelo Governo, alertando que já há dioceses com listas de espera. Eugénio Fonseca, presente em Fátima para a Peregrinação do Migrante, reagia ao aumento do IVA na electricidade e no gás, hoje anunciado pelo Governo para Setembro, e que levará a um aumento de 11 euros por mês em facturas médias mensais de 45 e 25 euros, respectivamente.

O presidente da Cáritas disse à agência Lusa que começa "a ter dúvidas se os elementos da troika têm consciência de que a situação de pobreza em Portugal tem especificidades" em relação a muitos países europeus. "Podem vir com uma visão apenas económica e perder horizontes humanistas que prejudicam as pessoas", advertiu o responsável desta organização católica.

Eugénio Fonseca disse que "não será com certeza por este caminho täo feroz de exigências" que será possível "recuperar a economia em Portugal", lembrando que o aumento do IVA no gás e na electricidade vai também afectar instituições".

Convicto de que "vão existir aumentos nos custos e produção e de bens essenciais para a vida das pessoas" e surgir "mais dívidas e mais pessoas endividadas", o responsável lamenta o anúncio de um imposto que é de pagamento imediato" e que vai trazer maior risco de pobreza".

Neste momento, sublinha, "a Cáritas já não tem capacidade de responder a todas as situações que lhe aparecem e existem cáritas diocesanas que possuem listas de espera", um cenário que teme poder vir a aumentar. "Repito. Temos de pagar a dívida, temos de honrar os nossos compromissos, temos de ser um país de bem", mas tal "não pode ser à pressão, como está a acontecer, porque estamos a hipotecar a vida de muita gente", destaca o presidente da Cáritas.

Eugénio Fonseca aproveitou para reiterar um apelo: "para além de se ouvir empresários e banqueiros, que se ouça o sector da solidariedade social, porque a continuar por este caminho há instituições vão perder capacidade de ajudar as milhares de famílias que vivem em Portugal com muitas dificuldades".

 

Data de introdução: 2011-08-14



















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