AMBIENTE

Humanos continuam a destruir o planeta

A população mundial consome 20 por cento mais recursos naturais do que aqueles que o planeta produz, e o "impacto ecológico humano" aumentou 2,5 vezes nos últimos 30 anos, de acordo com um relatório da organização ambiental World Wide Fund for Nature(WWF).

O estudo, da organização WWF confirma o estado "alarmante" do planeta, notando ter havido um aumento de 700 por cento no consumo energético nas últimas quatro décadas.

Para a WWF, os humanos continuam a "destruir o planeta a uma velocidade que amplamente ultrapassa a sua capacidade de regeneração e de suporte da vida", evidente na perda de 40 por cento entre as populações de espécies terrestres, marinhas e de água doce, desde 1970.

Especialmente evidente, segundo a WWF, é a dimensão da "pegada ecológica" - o impacto humano sobre o planeta, e em concreto a relação entre o consumo de recursos naturais e a capacidade produtiva da natureza -, que aumentou 2,5 vezes desde 1961.

Na prática, cada ser humano utiliza, em média, recursos de 2,2 hectares, quando o planeta apenas tem 1,8 hectares de recursos para cada habitante do mundo (11,3 mil milhões de espaço terrestre e marítimo produtivo, divididos pelos 6,1 mil milhões de habitantes).

O relatório refere que a "pegada ecológica" em Portugal é de 5,2 hectares/habitante, a 18/a mais elevada mais elevada de um grupo de 60 nações cujos valores a WWF compara. No índice que mede o impacto do consumo em alimentação, fibras e madeira, Portugal tem o 11/o valor mais elevado entre o mesmo grupo de países, caindo para 27§ lugar no "ranking" referente ao consumo energético.

Segundo a edição deste ano do Relatório do Planeta Vivo, o excessivo consumo de recursos naturais está a "danificar seriamente" a saúde do planeta, marcando quedas alargadas nas populações de mais de mil espécies indexadas pela WWF.

Esse índice revela, por exemplo, que entre 1970 e 2000, as populações de espécies marinhas e terrestres caíram 30 por cento, com as populações de espécies de água doce a caírem para metade, um "resultado directo do crescente consumo humano de alimentos, fibras, energia e água".

Particularmente "alarmante" para a organização é o consumo energético, especialmente dado o recurso a carvão, gás e petróleo, e que se tornou no "componente em maior crescimento na pegada ecológica humana", crescendo 700 por cento entre 1961 e 2001.

O impacto da população humana sente-se especialmente entre os consumidores dos Estados Unidos, cuja "pegada ecológica" é, em média, duas vezes maior do que a de um europeu, e até sete vezes maior do que a de um habitante da Ásia ou África.

 

Data de introdução: 2004-10-23



















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