O envelhecimento "é um desafio incontornável" que "temos que enfrentar da melhor maneira", defendeu, no Porto, a coordenadora do Ano Europeu do Envelhecimento Activo e Solidariedade Entre Gerações que se comemora em 2012. "O envelhecimento é um desafio incontornável [e] temos que o enfrentar
e enfrentar da melhor maneira. Será um encargo económico e um enorme perigo se não mudarmos a organização da nossa sociedade de forma a que possamos contar com um tipo de população que não tínhamos há uns anos atrás", salientou a coordenadora Maria Joaquina Madeira à margem de uma conferência sobre Envelhecimento Activo.
Para a coordenadora, o envelhecimento será sim "uma oportunidade se se souber enfrentar esse desafio com inteligência, com oportunidade e com eficácia". "Para isso serve este ano, serve para alertar consciências, para avisar de que temos que começar a fazer as mudanças necessárias para poder integrar todos e ser uma sociedade para todas a idades. Porque este modelo de sociedade,
pós-industrial, tecnológica, que separou a pessoas pelas idades näo está a resultar", destacou.
O caminho a seguir deverá, para Maria Joaquina Madeira, passar por repensar a legislaçäo de trabalho "no sentido da maior flexibilidade, para que as pessoas idosas, que queiram e possam trabalhar, continuem produtivas". "Näo numa relaçäo de tirar lugar aos mais novos, porque há lugar para
todos, na medida em que as competências, capacidades e vivências väo permitir acrescentar valor ao que já existe e näo retirar", frisou.
Explicou ainda que "nunca se pode ver a questäo do emprego dos mais velhos como vindo a ocupar o dos mais novos mas sim numa perspetiva inteligente de que há tarefas, equipas e projetos que ganham mais se tiverem pessoas de todas as idades, porque a diversidade é um valor que temos que procurar
na sociedade". "Uma sociedade para todas as idades näo pode ter fronteiras e proibidos, tem de haver um sistema flexível que dê oportunidades a todos de serem úteis quando quiserem", rematou.
Data de introdução: 2012-02-17