OPINIÃO

Um país à mercê dos traficantes? por A.J. Silva

O México é um país com dois milhões de quilómetros quadrados e mais de cento e dez milhões de habitantes, com um PIB que ocupa o décimo terceiro lugar no ranking mundial. Não obstante a pobreza que atinge uma parte significativa da sua população, o México faz parte das chamadas potências emergentes, graças a uma economia expansiva e variada em que a produção de petróleo tem um peso significativo, mas apresenta hoje sinais de uma enorme e perigosa debilidade. Tudo porque não tem conseguido impor-se aos bandos que dominam o negócio do narcotráfico, que transformou aquele país num dos mais inseguros e perigosos do mundo.

Aparentemente, as forças da ordem, ou pelo menos uma parte delas, já se “renderam” a esses bandos e o mesmo está a acontecer aos “Media”. As primeiras são acusadas de pactuar e até de colaborar no cenário de violência que sistematicamente golpeia o país. Os segundos dão sinais, cada vez mais repetidos, de estarem a desistir da sua tarefa de denunciar, com a coragem necessária, a guerra suja levada a cabo pelas redes de traficantes. As ameaças e os ataques a jornais e a jornalistas acabaram por amedrontar e tolher proprietários e profissionais dos órgãos de comunicação.

O elevado número de vítimas às mãos dos narcotraficantes, criou e ampliou um clima de medo que se traduz no seu relativo silêncio, perante a guerra que estes declararam ao Estado. Nem mesmo as chamadas redes sociais parecem escapar aos efeitos das ameaças que os narcotraficantes fazem repetidamente aos homens e mulheres que continuam ainda a resistir e a denunciar os horrores de uma guerra que eles pretendem vencer a qualquer preço.

Com a grande vantagem do anonimato, Facebook, Twiter e outras redes sociais acabaram por se tornar o último espaço disponível para a divulgação das notícias e comentários sobre uma situação que põe em causa o próprio Estado. Por isso, os narcotraficantes estão a oferecer chorudas recompensas a quem denunciar os seus autores.

Quando, e se um dia conseguirem dominar essas redes, o México fica refém dos traficantes. Definitivamente.

A. J. Silva

 

Data de introdução: 2013-03-08



















editorial

REGIME JURÍDICO DO MAIOR ACOMPANHADO-Conclusões

Seis anos transcorridos sobre o novo regime jurídico do maior acompanhado e a mudança de paradigma que com ele se ambicionava, a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade promoveu um colóquio que decorreu no...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Emudeceu-se a voz mais sonante e credível da fraternidade
Embora consciente de que “o Solidariedade” é um jornal isento de qualquer ideologia, de influências político-partidárias ou de qualquer proselitismo religioso,...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

O apagão mal comunicado
O veredito dos cidadãos espanhóis e portugueses quanto à comunicação dos seus governos sobre o apagão é claramente negativo. Em Espanha, quase 60% dos...