As crianças dos países desenvolvidos poderão viver até aos 150 anos de idade, segundo o cientista Steven Austad, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas. "O quadro evolucionário do ser humano é bastante interessante, porque o que conseguimos fazer foi criar um ambiente bem mais seguro do que qualquer outro em que vivemos antes", disse Austad à BBC.
O pesquisador disse também acreditar que a possibilidade de expectativa de vida do ser humano seja muito mais longa do que se acredita hoje. "Mesmo sem avanços médicos, só com a mudança evolutiva, no futuro próximo poderemos esperar que os humanos envelheçam mais e mais vagarosamente", afirmou Austad.
Nos países desenvolvidos, cada vez mais gente vive até os 90 ou cem anos, e não há indícios de que esta tendência para a longevidade esteja perdendo força. O facto já fez soar o alerta nos países ricos para o risco de futuras crises nos sistemas de segurança social.
No entanto, há também indícios de que em países mais pobres cada vez mais pessoas vêm chegando aos 70 ou 80 anos - mesmo sem total acesso aos avanços da medicina.
As previsões do cientista americano baseiam-se, em parte, nas pesquisas que estudam quanto tempo os seres humanos sobreviveriam, caso fossem deixados num "ambiente natural".
Jim Carey, um biodemógrafo da Universidade da Califórnia, em Davis, analisou os tamanhos e pesos relativos de uma série de mamíferos e, por comparação com os humanos, chegou à conclusão de que provavelmente morreríamos entre os 30 e 40 anos se fôssemos abandonados na natureza.
De acordo com o estudo, isso só não acontece por dois motivos: o tamanho do nosso cérebro e a nossa sociabilidade - a capacidade de nos especializarmos e actuarmos em grupo. "Por isso, quando se associam estes dois factores chega-se a uma estimativa de vida entre 70 a 90 anos para os humanos", diz Carey.
Data de introdução: 2004-10-27