Dois grupos de investigadores, um britânico e outro sul-coreano, conseguiram clonar pela primeira vez embriões humanos, anunciaram as duas equipas no Reino Unido. Por um lado, uma equipa do "Centre for Life" da Universidade de Newcastle (noroeste de Inglaterra) criou três embriões clonados, os primeiros na Europa, segundo a revista "Reproductive & BioMedicine Online". Por outro, um grupo de investigadores sul-coreanos, cujos trabalhos estão muito mais avançados do que os dos colegas britânicos anunciou na revista "Science" a criação de mais de 60 embriões humanos clonados.
A criação destes embriões, a partir dos quais os cientistas sul- coreanos puderam fabricar células estaminais compatíveis com pacientes, marca uma etapa fundamental na via da clonagem terapêutica. Na óptica destes cientistas, a investigação abre novas perspectivas para tratar doenças como a diabetes e a doença de Alzheimer, ou substituir órgãos defeituosos sem correr o risco da rejeição de transplantes.
Trata-se de "um passo em frente gigantesco para a ciência, até ao dia em que algumas das doenças mais devastadores poderão ser tratadas graças às células estaminais terapêuticas", declarou o prof. Woo Suk Hwang, da Universidade Nacional de Seul, que chefiou a equipa sul-coreana.
Estes progressos só poderão, no entanto, ser aplicados em pacientes daqui a vários anos. A equipa de Newcastle, que saudou o avanço sul-coreano, conseguiu produzir com êxito um blastocito (um diminuto embrião nas primeiras etapas de formação) clonado de uma célula humana através de transferência nuclear.
Esta equipa, que integra Alison Mursoch e Miodrag Stojkovic, foi a primeira no Reino Unido a fazer clonagem terapêutica no âmbito da investigação com células estaminais. A clonagem reprodutiva é actualmente proibida no Reino Unido e na Coreia do Sul, ao contrário da clonagem terapêutica, que é permitida.
20.05.2005
Data de introdução: 2005-05-27