DE ABRANTES A LISBOA

Tetraplégico faz 180 Km em cadeira de rodas para reclamar vida independente

Um deficiente motor residente em Concavada, Abrantes, propõe-se realizar entre 23 e 25 de setembro 180 quilómetros em cadeira de rodas até ao Ministério da Segurança Social, em Lisboa, para reclamar o direito a uma vida independente.

Eduardo Jorge, 52 anos, tetraplégico e ativista do movimento "nos.tetraplégicos", disse à agência Lusa que a finalidade da iniciativa é "chamar a atenção para os problemas dos deficientes motores e idosos" em Portugal e "dizer basta à institucionalização compulsiva e este ter assegurado, na ocasião, iniciar os trabalhos de redação de legislação sobre a Vida Independente no final de janeiro. "Realizei a greve de fome pelo direito a uma vida independente e digna, e suspendi-a porque obtivemos determinadas garantias e promessas, numa reunião tida na Assembleia da República com o secretário de Estado da tutela, mas pouco ou nada aconteceu até ao momento, facto que me leva a voltar a luta, neste caso, à estrada", destacou.

"Não quero deixar de ser uma pessoa participativa na sociedade e não quero ficar confinado a um lar, só porque o Estado não concede a hipótese de ter um cuidador e sermos nós a contratar o serviço que entendemos que possa prestar uma ajuda específica à medida e tendo em conta as necessidades de cada um", vincou. "Criar-nos condições para vivermos nas nossas casas, fica muito mais barato ao Estado do que a institucionalização, e é pelo direito a uma vida independente que vou fazer este percurso até Lisboa em cadeira de rodas", justificou.

Eduardo Jorge reclama para os deficientes motores o crescimento junto da família, poder frequentar a escola do bairro ou trabalhar num emprego adequado à formação. Propõe partir de Concavada, Abrantes, na terça-feira, às 07:00, e durante o percurso pernoitar na via pública, em vigília, junto à Câmara Municipal de Almeirim, no dia 23 de setembro, e no dia seguinte vai pernoitar em Benfica do Ribatejo. A chegada está prevista para quinta-feira, às 10:00, à Praça de Londres, sede do Ministério da Solidariedade Social, Emprego e Solidariedade, em Lisboa.   

 

Data de introdução: 2014-09-21



















editorial

VIVÊNCIAS DA SEXUALIDADE, AFETOS E RELAÇÕES DE INTIMIDADE (O caso das pessoas com deficiência apoiadas pelas IPSS)

Como todas as outras, a pessoa com deficiência deve poder aceder, querendo, a uma expressão e vivência da sexualidade que contribua para a sua saúde física e psicológica e para o seu sentido de realização pessoal. A CNIS...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Que as IPSS celebrem a sério o Natal
Já as avenidas e ruas das nossas cidades, vilas e aldeias se adornaram com lâmpadas de várias cores que desenham figuras alusivas à época natalícia, tornando as...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Adolf Ratzka, a poliomielite e a vida independente
Os mais novos não conhecerão, e por isso não temerão, a poliomelite, mas os da minha geração conhecem-na. Tivemos vizinhos, conhecidos e amigos que viveram toda a...