Muito se tem dito e escrito sobre o atual Papa Francisco, um Papa que veio lá do fim do Mundo para ocupar a Cátedra de Pedro, em Roma!
Começou por se impor a toda a gente (crentes e não crentes) pela sua simplicidade de vida, pela forma assertiva de comunicar, através de imensas “parábolas dos gestos” simbólicos e significativos, que depressa nos trouxeram à memória o modo de falar e proceder do próprio Cristo, quando por cá andou!
Por detrás do seu olhar meigo e afável há um pensamento muito bem estruturado e uma prática pastoral vivida e consolidada na convivência com o quotidiano de milhões de pessoas da América Latina, bem distante e diferenciada dos “ares romanos” (vaticanistas), que se vai impondo através de um magistério ancorado no próprio Evangelho, como ficou demonstrado na sua primeira Exortação Apostólica: “ A ALEGRIA DO EVANGELHO”!
Tomo a liberdade de citar algumas partes de uma alegada entrevista concedida pelo então Cardeal Bergoglio ao jornalista Chris Mathews: “vocês (?) criaram um estado de bem-estar que consiste apenas em atender às necessidades dos pobres”.
Mais: “Há políticos e políticas que, para aumentarem o seu poder, se especializaram na criação de pobreza!”.
E ainda: “as ideologias que produzem a pobreza devem ser denunciadas, sendo a educação a grande solução para prevenir este problema”.
Por fim: “…há algo que me irrita profundamente: o facto de os meios de comunicação social abordarem os problemas da pobreza sem se preocuparem em analisar as suas causas”.
E, na forma de desabafo, (não traduzido textualmente) o então Cardeal Bergoglio, partilhava esta realidade sócio/política: o povo empobrece e logo a seguir está disponível para continuar a votar em quem o condenou à sua pobreza!
Ao interiorizar estas reflexões, e tendo em conta os tempos que vivemos, de “globalização da pobreza”, nuns casos, através da “apropriação das migalhas dos pobres” por parte do grande capital financeiro, e noutros, ensaiando a “nacionalização das pessoas” como forma de lhes assegurar mais bem-estar social, interrogo-me: poderão estas reflexões do Papa Francisco dar algum contributo para a “luta contra a pobreza”?
Pe. José Maia
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