Foi exatamente esta a mensagem do Papa Francisco para o Dia da Paz, que todos os anos se evoca no dia 1 de janeiro. Num estilo que lhe é peculiar, imprimiu à sua mensagem uma grande densidade humana ao referir-se às várias e múltiplas faces de escravatura nos nossos tempos. Para não lhe retirar nem desvirtuar nada do que escreveu, aqui ficam transcritas algumas das suas preocupações sociais e pastorais:
1.“Apesar de a comunidade internacional ter adotado numerosos acordos para pôr termo à escravatura em todas as suas formas e ter lançado diversas estratégias para combater este fenómeno, ainda hoje milhões de pessoas- crianças, homens e mulheres de todas as idades - são privadas da liberdade e constrangidas a viver em condições semelhantes às da escravatura”;
2.“São faces destas novas escravaturas: trabalhadores/as, mesmo menores, escravizados nos mais diversos setores, a nível formal e informal, muitos migrantes que padecem de fome, de falta de liberdade, muitas vezes abusados física e sexualmente”;
3. “Penso ainda nos menores e adultos que são objeto de tráfico e comercialização para remoção de órgãos, para serem recrutados como soldados, para servirem de pedintes, para atividades ilegais como a produção ou venda de drogas ou para formas disfarçadas de adoção internacional”.
4. “Não posso ignorar todos aqueles que são raptados e mantidos em cativeiro por grupos terroristas, servindo os seus objetivos como combatentes ou, especialmente, no que diz respeito às meninas e mulheres, como escravas sexuais. Muitos, desaparecem, outros, são vendidos várias vezes e torturados, mutilados ou mortos”.
A mensagem aborda ainda algumas causas profundas da escravatura, apela a um compromisso para a combater e termina com uma solicitação: “globalize-se a fraternidade e não a escravidão nem a indiferença”.
Pe. José Maia
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