Após um tempo demasiadamente longo de campanhas eleitorais (primeiro para as eleições para o Parlamento e depois para Presidente da República), torna-se urgente investir na pacificação da sociedade portuguesa, nos termos de uma expressão feliz, a saber, “sarar as feridas”, que vários atores políticos, mas muito especialmente, o prof. Marcelo, presidente eleito, utilizaram nos seus discursos de encerramento das campanhas.
Nos tempos que vivemos, já há muito que a classe política, que vai a votos, devia saber que não lhe assiste o direito de utilizar linguagens e comportamentos que atentem contra a unidade de um Povo, pensando que vale tudo para ganhar votos!
Sabemos todos que a “diversidade” de opiniões é uma riqueza e, por isso, dizemos não à “unicidade de pensamento”. Porém, UNIDADE é coisa bem diferente.
Em política, como na vida, não vale tudo!
Prova disso, foram os resultados das eleições presidenciais, incluindo, antes de mais, a vitória folgada à primeira volta do professor Marcelo, passando ainda pelo alto índice de abstenções. Temos de, honestamente, admitir que “na classe política há muitos políticos sem classe”! Acontecerá o mesmo noutras classes, bem o sabemos! Porém, quem quer ir a votos tem de aprender a lidar com o povo que vai representar!
Curiosamente, ou não, das eleições legislativas resultou uma solução governativa que ninguém esperava. Numa primeira fase, “estranhou-se”; porém, passado muito pouco tempo, “entranhou-se” ! Mais: esta solução governativa foi anunciada como um “tempo novo”. É claro que o segredo da normalidade com que a opinião pública acolheu esta solução governativa chama-se “reversão” das medidas de austeridade, transformando-as em luzes ao fundo do túnel.
Atrevo-me a iluminar esta grande expetativa de um tempo novo com um texto bíblico de Eclesiastes, 3: “para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu: tempo para nascer e tempo para morrer; tempo para matar e tempo para sarar; tempo para demolir e tempo para construir; tempo para calar e tempo para falar; tempo para a guerra e tempo para a paz”.
Tem mais… mas deixo a leitura à curiosidade de quem se interessar pelo tema!
Os primeiros sinais do presidente eleito auguram um TEMPO NOVO A SÉRIO!
Muita gente não gosta da linguagem dos afetos. Porém, um abraço e uma flor às vezes fazem milagres. Conheço um livro, que recomendo, chamado “abraçoterapia”, onde está relatada a pedagogia do abraço como caminho para a recuperação de quem se sente marginalizado!
Creio que vai sendo evidente que “cada vez mais se valoriza cada vez menos” o recurso às “narrativa=mitos urbanos” ( conversa fiada), substituindo-as por “testemunhos de vida”, expressões genuínas de proximidade, muito mais geradores de credibilidade!
Pe. José Maia
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