COVID-19 - TESTEMUNHO UDIPSS AVEIRO

Luz ao fundo do túnel?

Com o intuito de traçar um retrato da situação das IPSS a nível nacional perante a pandemia do novo coronavírus, fica o testemunho dos responsáveis pelas diversas estruturas intermédias da CNIS.
Assim, aos dirigentes das Uniões Distritais e das federações da área da Deficiência que integram a CNIS foram colocadas duas questões sobre o momento atual.

CARLOS LACERDA PAIS, UDIPSS Aveiro.

1 – Que balanço faz da pandemia nas IPSS do distrito?

"A Covid-19 é um evento de força maior, que confinou dois mil milhões de pessoas em todo o mundo nas suas casas e as suas consequências são além de humanas, económicas. Contudo, é imprevisível aferir a real dimensão desta crise de saúde pública que agora vivemos, porque os seus contornos não são totalmente antecipáveis, no presente momento. Esta emergência de saúde pública, têm ocupado naturalmente as preocupações das nossas instituições. As principais inquietações são, obviamente, com a saúde e a segurança dos cidadãos, consideradas uma prioridade, nas nossas respostas sociais. Às instituições cabe esse esforço, mas também o de sublimar as consequências que um fenómeno desta natureza pode ter. Diversas medidas legislativas, de fontes nacionais e europeias, foram, entretanto, aprovadas para mitigar os efeitos adversos da crise e as IPSS de Aveiro souberam aplica-las plenamente. As instituições do distrito de Aveiro reposicionaram-se e realizaram um trabalho de muito nível, distintíssimo em várias dimensões, com muito sucesso, sobretudo no plano das relações sociais, exemplo demonstrativo do talento e valor das suas equipas".

2 – Como perspetiva o futuro próximo?

"Numa perspetiva económica e social, as IPSS enfrentam um contexto particularmente exigente. Depararam-se subitamente com um quadro inteiramente novo que as forçou a alterar e a suspender a sua atividade e, nesta cultura que se instala, eu diria que as instituições se transformam para o futuro. Em situação económica difícil resistem às repercussões, estão a reajustar-se, tomando decisões para agilizar a recuperação, preparam o seu futuro próximo, a reabertura, aplicando com diligência os planos de contingência e de reação definidos. Aliás, a sua missão estatutária e objeto social projeta-as sempre em direção ao futuro. Após o término do período atual de contingência, as IPSS terão um papel de absoluta relevância na diminuição das consequências daqui decorrentes de modo insubstituível. As nossas memórias identitárias serão preservadas, mas há que prosseguir na construção de uma nova via para um futuro novo. Aliás, do ponto de vista social, a confiança que o país tem em nós estriba-se no rigor e exigência da nossa resposta às novas solicitações que o futuro nos dirige. Uma última nota para dizer que a excecionalidade das circunstâncias em que vivemos, justificam uma atenção muito especial do Estado, na prossecução do modelo cooperativo com as instituições, uma vez que sem as IPSS o Estado não reúne todas as condições necessárias ao desempenho da transcendente missão de responder à atual conjuntura de emergência. Só no âmbito de uma solução de convergência entre o Estado e as instituições será possível evitar que os danos repercutidos nos planos financeiro e económico alarguem o desastre ao plano social". 

 

Data de introdução: 2020-05-05



















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