Com o intuito de traçar um retrato da situação das IPSS a nível nacional perante a pandemia do novo coronavírus, fica o testemunho dos responsáveis pelas diversas estruturas intermédias da CNIS.
Assim, aos dirigentes das Uniões Distritais e das federações da área da Deficiência que integram a CNIS foram colocadas duas questões sobre o momento atual.
RUI LEITE DE CASTRO, UDIPSS Porto.
1 – Que balanço faz da pandemia nas IPSS do distrito?
"Desde o início desta pandemia e assim que se começaram a detetar os primeiros casos de pessoas infetadas, a União desenvolveu esforços no sentido de avaliar a situação, os problemas e as necessidades sentidos pelas nossas associadas. A falta de EPI no mercado, associada à diminuição verificada do pessoal que presta serviço nas respostas sociais mais suscetíveis ao ataque desse vírus, foram os principais fatores sentidos e que condicionaram o trabalho desenvolvido nessas instituições. Após o levantamento feito, a União encomendou 30.000 máscaras. Paralelamente, a União lançou uma campanha de angariação de fundos, «Proteger as IPSS», que obteve rapidamente bons resultados e financiou integralmente essa compra. A campanha mantém-se a decorrer com o objetivo de financiar a aquisição de um novo lote de máscaras. Da informação que pudemos recolher junto das associadas, verificou-se que oito delas, num universo de 177, tinham utentes infetados, o que equivale a cerca de 4,5%. Felizmente, um grau menor do que aquele que se estimava. As questões laborais, principalmente a possibilidade de lay-off de funcionários nas instituições, também foi uma preocupação sentida pelas nossas associadas, à qual a União respondeu através da disseminação de informação importante sobre o assunto na sua newsletter, bem como à realização de consultas através de vídeo conferências com o nosso assessor jurídico".
2 – Como perspetiva o futuro próximo?
"A pandemia ainda vais estar connosco por muitos meses com toda a carga de problemas e ansiedade que essa questão acarreta, e mais ainda agora que se perspetiva o afrouxar das regras de confinamento. Vários problemas e questões se irão colocar a todas as IPSS. Como evoluir na gestão e nos processos de contenção da infeção e, ao mesmo tempo, conseguir ir normalizando a vida das suas instituições? Como conseguir implementar as regras aconselhadas pelas autoridades de Saúde, autarquias e governo, de forma a evitar novas contaminações? Como proceder na gestão das visitas de familiares aos utentes em instituições? Como desenvolver a assistência correta e sem perigos para os utentes que são assistidos nas suas residências? Será necessário ir adaptando as soluções possíveis à realidade, à falta de EPI e a diretivas às vezes contraditórias. Será um processo difícil e trabalhoso, mas necessário se queremos ter êxito nesta batalha que temos que travar. Há que desenvolver estratégias desenhadas e conciliadas com o bom senso e a realidade de cada instituição, tendo em conta todas as diretivas das autoridades de saúde e governamentais. Não vai ser fácil em muitas áreas consegui-lo, mas confiamos que, com o empenho e o profissionalismo já demonstrado pelas IPSS, esse objetivo será conseguido".
Não há inqueritos válidos.