Com o intuito de traçar um retrato da situação das IPSS a nível nacional perante a pandemia do novo coronavírus, fica o testemunho dos responsáveis pelas diversas estruturas intermédias da CNIS.
Assim, aos dirigentes das Uniões Distritais e das federações da área da Deficiência que integram a CNIS foram colocadas duas questões sobre o momento atual.
FILOMENA ARAÚJO, UDIPSS Viana do Castelo.
1 – Que balanço faz da pandemia nas IPSS do distrito?
"O distrito de Viana do Castelo, estando no norte do país, tem resistido a esta pandemia. Ao longo do mês e meio de confinamento, assistimos a comportamentos e atitudes por parte de instituições, serviços e população, que muito orgulham as gentes de Viana. As dificuldades foram e são muitas, desde a falta de EPI até aos testes de rastreio. Vimos a comunidade empenhada em apoiar as nossas IPSS com gestos como o fabrico de viseiras, doação de alimentos ou mensagens de esperança. Sendo o distrito um dos mais envelhecidos do país (quinto nas áreas rurais e oitavo nas áreas urbanas), seria de esperar que fosse um dos mais afetados pela pandemia. Apesar de ainda não vermos o fim da mesma, até ao momento podemos dizer que devido ao trabalho conjunto de todas as entidades no terreno, os valores estão abaixo do que se temia e queremos que assim continuem. No fim de abril havia 442 casos confirmados no distrito e casos de contágio em ERPI, todos controlados, mas com mortos a lamentar".
2 – Como perspetiva o futuro próximo?
"Existem, neste momento, muitas dúvidas sobre a reabertura de algumas respostas sociais. Continua a existir a necessidade de realizar testes a todos os funcionários das IPSS, tanto aos que estão ao trabalho, como aos das respostas que irão abrir. Para a reabertura com segurança, é necessário considerar todo o sector de uma forma global e não isoladamente (as famílias têm crianças em várias idades, mas também idosos ou pessoas com deficiência a frequentarem respostas sociais). As IPSS necessitam de conseguir ter acesso aos EPI necessários, pois não adianta ter no plano de contingência a utilização deste material se ele não existe no mercado ou se os preços são incomportáveis. As IPSS estão habituadas a resistir e, mais uma vez, ficou demonstrado o empenho de todos neste momento, apesar das grandes incertezas em relação aos próximos meses".
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