As instituições sociais de todo o país vão poder participar numa central de negociação para a aquisição de equipamentos de proteção individual (EPI) contra a pandemia de covid-19, cuja primeira compra arranca este mês.
"A ideia é ajudar as instituições particulares de solidariedade social (IPSS) a pouparem custos e garantirem a aquisição dos equipamentos necessários", afirmou o presidente da União Distrital das IPSS (UDIPSS) de Évora, Tiago Abalroado.
O responsável realçou que a necessidade da central "foi identificada" pelas IPSS do Alentejo, mas adiantou que a sua gestão ficou nas "mãos" da UNITATE - Associação de Desenvolvimento da Economia Social, que preside à UDIPSS de Évora, por ser "uma entidade de âmbito nacional", o que permite "a entrada de instituições de todos o país".
Segundo o presidente da UNITATE, a adesão a este procedimento negocial por parte das instituições sociais processa-se por via eletrónica e decorre até ao dia 13 deste mês.
"Vamos iniciar com esta necessidade mais premente que é a aquisição de máscaras, luvas, toucas, cobre-sapatos e álcool-gel", adiantou Tiago Abalroado, assinalando que a central "possibilitará no futuro" a abertura de negociação para outros produtos.
As IPSS, explicou o responsável, podem aceder "aos termos desta negociação" e indicar "as quantidades de EPI que consomem em média mensalmente", através do endereço eletrónico unitate.typeform.com/to/eRi1b3qi.
"Fazemos uma negociação coletiva com os fornecedores que entendam concorrer e, depois, informamos as instituições do preço que foi conseguido e elas aceitam ou não. Aceitando, asseguram o fornecimento destes bens pelo período de seis meses", referiu.
Serão feitas "seis entregas" de equipamentos, uma em cada mês, "entre agosto deste ano e janeiro de 2021", acrescentou.
Tiago Abalroado notou que, desde o início da pandemia de covid-19, o preço dos EPI sofreu "um aumento muito substancial", indicando que há equipamentos que "custam dez vezes mais do que aquilo que custavam" antes da pandemia.
"As IPSS lidam diariamente com utentes, alguns deles que fazem parte dos grupos de risco, como idosos e pessoas com deficiência e outras com problemas de saúde", pelo que "há necessidade de utilização dos equipamentos em todas as instituições", disse.
Advertindo que "as restrições financeiras das IPSS são muito elevadas" e que há instituições com "orçamentos que são recorrentemente deficitários", Tiago Abalroado insistiu que a central é "um instrumento de apoio" que pode permitir a aquisição de equipamentos a "custos mais reduzidos".
Portugal contabiliza pelo menos 1.629 mortos associados à covid-19 em 44.416 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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