Depois das mortes de doentes com Covid-19 no Lar do Comércio, em Matosinhos, e do lar de Reguengos de Monsaraz, o presidente da CNIS admite que “pode ter havido violação dos direitos humanos”.
Trata-se de uma opinião que vai ao encontro do aviso deixado esta segunda-feira pela Ordem dos Advogados, que diz que o Estado pode vir a ser responsabilizado já que há indícios de violação grave dos Direitos Humanos.
Em declarações à Renascença, o padre Lino Maia refere “que, nestes casos, é preciso fazer averiguações e ouvir todas as partes envolvidas, mas podem ter acontecido falhas”.
“Nem todos os direitos humanos foram suficientemente salvaguardados e alertei várias vezes que era preciso ter mais cuidados”, admitiu o presidente da CNIS.
Questionado sobre o que falhou na situação dos lares de idosos, o líder da CNIS destaca o facto de terem sido “mandados para os lares doentes com Covid-19, havendo também falta de equipamento de proteção e atrasos nos testes”.
O padre Lino Maia diz que o Estado deve agir rapidamente para evitar mais mortes, porque “até aqui houve como que um lavar de mãos e é importante que haja uma maior articulação entre a Segurança Social e a Saúde”.
“É preciso também que se oiça mais as pessoas que estão no terreno”, afirmou, acrescentando que “muitas vezes quem toma as decisões não conhece a realidade”.
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