Apesar de, após a minha retirada de presidente da ex-UIPSS, me ter abstido de comentar factos ou notícias relacionadas com as IPSS e a sua CNIS, entendi que desta vez e através desta coluna no SOLIDARIEDADE, me assiste o direito e o dever de me pronunciar sobre um facto que ocorreu e teve bastante repercussão na comunicação social, a saber: a referência a um estudo efectuado no tempo da ex-UIPSS e continuado já na vigência da actual CNIS, através do qual foi possível compreender melhor, tanto as pobrezas e exclusões com que se debate o país, como a imagem que as populações têm das IPSS na sua forma de contrariar e/ou lidar com estes fenómenos.
O comentário a este estudo ocorreu a propósito do dia da Pobreza, data em que todos os anos quase sempre as mesmas pessoas acabam por declarar normalmente as mesmas coisas.
Foi para mim uma grata surpresa verificar que a CNIS e pessoas ligadas a este estudo, com especial menção para a Irmã Isabel Monteiro e a equipa de investigadores que com ela deram execução a um protocolo oportunamente celebrado entre a então UIPSS e uma Instituição de Solidariedade, através da qual esta Irmã Doroteia tem vindo a realizar vários iniciativas neste domínio, validaram este projecto que transitou da anterior gestão da UIPSS.
Aliás, o próprio Presidente da República, conhecedor deste iniciativa da CNIS e do papel desta Irmã Religiosa e sua Equipa, entendeu dar um sinal público do seu apreço por este trabalho de investigação, outorgando-lhe uma comenda.
A ressonância que as conclusões desta investigação mereceram na comunicação social é a prova de que as IPSS, para além do seu trabalho no terreno, cooperando com o Estado na prestação de respostas sociais a pessoas e comunidades carenciadas de solidariedade, deverão assumir-se também como "movimento social", estudando, alertando e denunciando o que na organização da vida económica, social e política do país possa ser gerador de tais problemas e exclusões.
Sou dos que defendem que as IPSS, "na credibilidade e capacidade de adequação e inovação das suas respostas adquirem autoridade moral para fazer denúncias".
Felicito os investigadores pelo seu trabalho e espero que cada Instituição, as Uniões de Instituições e a própria Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social façam uma boa e eficaz gestão dos dados recolhidos por este estudo.
Uma vez que ele é propriedade da CNIS, podem certamente as Instituições ter acesso às suas conclusões de forma a poderem, com base nelas, tomar as adequadas iniciativas sociais nas suas áreas de actuação. Bastará apenas, suponho, requisitá-lo à CNIS .
Vamos a isso!
Data de introdução: 2005-12-14