A secretária de Estado Adjunta e da Saúde reconheceu que meio milhão de portugueses demora mais de uma hora até alcançar um serviço de saúde básico e garantiu que o Governo só encerrará urgências quando existirem alternativas.
Carmen Pignatelli falava na Assembleia da República durante uma interpelação ao ministro da Saúde, António Correia de Campos, o qual começou por passar em revista as principais medidas do Governo na área da Saúde durante os primeiros dez meses do Executivo.
Tratou-se da nona vez que esta equipa da Saúde prestou informação e contas à Assembleia da República, tendo vários deputados aproveitado para questionar António Correia de Campos sobre o anunciado encerramento de alguns serviços de urgência hospitalares e nos centros de saúde.
Em resposta aos deputados, Carmen Pignatelli garantiu que o encerramento destes serviços "não tem motivações economicistas" e que está incluído numa "requalificação dos serviços disponíveis". A secretária de Estado Adjunta e da Saúde considerou que não é viável a manutenção de serviços de urgências (nos centros de saúde) que atendem dois utentes por noite e urgências hospitalares que atendem pouco mais que isso.
Por outro lado, Carmen Pignatelli revelou a existência de 500 mil utentes que demoram mais de uma hora até alcançarem um serviço de saúde básico. A governante garantiu que não será encerrado nenhum serviço antes de serem encontradas alternativas e adiantou que uma dessas alternativas poderá passar pelo transporte dos doentes que vivem nas localidades onde existem serviços que forem encerrados.
Carmen Pignatelli disse mesmo que esta questão está a ser avaliada pela equipa de requalificação dos serviços de urgência, conjuntamente com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e a Direcção-Geral da Saúde (DGS).
17.12.2005
Data de introdução: 2006-02-17