O Ministério da Saúde vai apostar na criação das Unidades de Saúde Familiar, de modo a conseguir conceder médicos de família para mais 225 mil pessoas. Neste cenário ficaria ainda meio milhão de utentes sem qualquer clínico ao seu dispor.O funcionamento das Unidades de Saúde Familiar foi explicado à TSF pelo coordenador do projecto, Luís Pisco, que defende um novo método que permitará nomear um médico de família para os utentes.
Os médicos serão os mesmos, tudo vai depender da boa vontade dos profissionais de saúde, que neste sistema terão que trabalhar mais, mas também ficarão a ganhar melhor.
«Aquilo que estas unidades vão permitir é um alargamento voluntário das listas de utentes por parte dos médicos de família. Por exemplo, um médico em vez de ter 1500 utentes na sua lista de uma forma voluntária poderá aumentar o número de pessoas que inscreve na sua lista até 2000», adiantou.
«A ideia será através de um sistema remuneratório diferente ligar a remuneração ao desempenho, deixará de ser indiferente como é até agora o número de doentes que cada médico tem e também a composição desta lista», adiantou.
Mas a nova forma de organização dos profissionais que trabalham nos centros de saúde não afecta apenas os médicos, implica também os enfermeiros e administrativos, na medida em que a aposta será na criação de equipas para gerir as unidades em causa.
As primeiras 100 Unidades de Saúde Familiar deverão estar em funcionamento daqui a dois meses.
Jorge Silva, do Sindicato Independente dos Médicos, vê com bons olhos a medida, na medida em que permite aos médicos ganharem mais, mas tem dúvidas sobre a adesão à medida destes profissionais.
Fonte:
TSF
Data de introdução: 2006-01-26