A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) lançou um livro em que procura "desmontar" o que classifica de "falsas verdades" dominantes sobre o desenvolvimento sustentável e a justiça social. "Há ideias que passam, veiculadas pela comunicação social e até em artigos académicos, que são falsas verdades, como a ideia de que é preciso crescer primeiro para repartir depois. Isto é uma falácia", disse a presidente da CNJP, Manuela Silva, no Porto, durante a apresentação do livro "Cidadania activa - Desenvolvimento justo e sustentável", que coordenou.
Manuela Silva deu como outro exemplo de falsa verdade o "divórcio criado entre economia e ética, muitas vezes justificado pelos negócios", mas que, em sua opinião, não tem razão de ser porque é possível fazer negócios respeitando princípios éticos. "Caminhamos para uma nova era económica, baseada no conhecimento. O objectivo deste livro é contribuir para uma maior compreensão dos processos de mudança", referiu a presidente da CNJP, organismo laical da Igreja Católica com autonomia de responsabilidade.
Manuela Silva, professora universitária de Economia, manifestou-se preocupada com os "riscos de marginalidade e exclusão social" fomentados pelas mudanças muito rápidas que estão a acontecer no Mundo, dificultando o desejado desenvolvimento justo e sustentável.
O livro reúne contribuições de 11 membros da CNJP, bem como os textos das intervenções numa conferência sobre o tema organizada pela comissão em Lisboa em Maio de 2005 e que contou com a participação de mais de 200 pessoas.
19.01.2006
Data de introdução: 2006-01-26