O aumento do desemprego está a empurrar os jovens para a vida militar, sendo que, nos últimos dois anos, as Forças Armadas (FA) mais do que triplicaram o número de voluntários.
A notícia do jornal Correio da Manhã refere ainda que, só no caso do Exército, os jovens incorporados passaram dos 1887 em 2004, para 5699 em 2005. Entretanto, em 2006, 1502 jovens iniciaram já a recruta nos três ramos das Forças Armadas (FA).
Segundo o jornal, as dificuldades em encontrar emprego é apontada como a principal razão para a opção pela vida militar, com o secretário de Estado da Defesa, Manuel Lobo Antunes, a acrescentar ainda, em declarações ao CM, a "qualificação profissional", "o espírito de aventura" e as "missões humanitárias" no exterior como outros motivos.
MISSÕES PODEM REVERTER SITUAÇÃO
O ex-Chefe de Estado-Maior do Exército, Loureiro dos Santos, considera que o voluntariado tem três causas: "A principal é a situação de grande desemprego", depois "as medidas tomadas pelo ex-ministro Paulo Portas de tornar obrigatório a passagem pelas Forças Armadas (FA) aos candidatos à GNR", e, "por último, os esforços dos três ramos das FA de expor as vantagens do voluntariado". No entanto, o futuro pode reverter esta tendência: "Não sabemos se este afluxo se manterá, caso se resolva a crise ou se Portugal integrar missões das quais resultem muitas baixas".
MULHERES ACORREM ÀS FORÇAS ARMADAS
O número de mulheres voluntárias subiu cerca de 40 por cento, entre 2004 e 2005. Os três ramos das FA são unânimes em afirmar que esta é a prova de que as mulheres são bem aceites e convivem bem na tropa. O Exército recebeu, em 2005, 1326 mulheres, mais 40 por cento face a 2004, e a Marinha acolheu 85, menos uma que no ano anterior.
Data de introdução: 2006-04-12