TERCEIRA IDADE

Livro “Psicogeriatria” defende que os lares de idosos devem favorecer a autonomia

Os lares de idosos devem favorecer a autonomia e, em Portugal, faltam "ofertas válidas" nesta matéria, alerta um estudo que integra o primeiro livro português sobre psicogeriatria, lançado em Lisboa. A obra, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Gerontopsiquiatria (APG), reúne trabalhos de vários especialistas portugueses na área do envelhecimento, em colaboração com profissionais internacionais, e fornece uma abordagem multidisciplinar dos problemas associados à terceira idade e do seu impacto na saúde dos indivíduos.

Intitulado "Psicogeriatria", o livro é lançado no terceiro dia do Encontro Europeu de Gerontopsiquiatria, que começou quarta-feira em Lisboa, e pode ser encarado como uma "referência" para os profissionais que lidam com idosos, explicitou aos jornalistas Horácio Firmino, presidente da APG.

À semelhança da abordagem multidisciplinar do envelhecimento, defendida pelo presidente da APG, a obra aborda várias áreas, entre as quais as residências para idosos, a sua arquitectura e objectivos.

O internamento num lar é "um problema grande, que levanta vários aspectos éticos", nomeadamente o saber onda acaba a autonomia do idoso para decidir, salientou o também médico dos Hospitais da Universidade de Coimbra, à margem do Encontro.

Em Portugal, destaca o capítulo da autoria da arquitecta Susana Leuschner, os lares para idosos são "um problema que está longe de estar resolvido, tanto pela escassez de oferta válida, como pelo elevado custo que lhes está subjacente e que, portanto, não está ao alcance da maioria da população".

A autora apela à exploração de novas tipologias de residências para a terceira idade, "como alternativa aos modelos existentes", salientando que estas devem proporcionar, "ao mesmo tempo", uma redução das dificuldades e, na medida do possível, incrementar a qualidade de vida".

Conciliar as obrigações legais com "as vivências de um ambiente familiar", criando "espaços humanizados" e flexíveis, que facilitem "a sua apropriação por parte de cada utilizador" são as orientações a ter em conta na criação de um lar para idosos, explicita Susana Leuschner.

Distante da tipologia que se assemelha a um edifício hospitalar, frisa a autora, uma residência para idosos deve ser concebida como um "edifício de habitação", com espaços de circulação e permanência "com características diferentes
.

Fundamentalmente, sintetiza, há que "preservar e privilegiar a independência, autonomia, privacidade, dignidade e confiança, num ambiente de carácter habitacional", para que "as pessoas de idade possam concentrar-se naquilo que conseguem fazer e ser, e não precisamente no oposto".

06.05.2006

 

Data de introdução: 2006-05-06



















editorial

TRANSPORTE COLETIVO DE CRIANÇAS

Recentemente, o Governo aprovou e fez publicar o Decreto-Lei nº 57-B/2024, de 24 de Setembro, que prorrogou, até final do ano letivo de 2024-2025, a norma excecional constante do artº 5ºA, 1. da Lei nº 13/20006, de 17 de Abril, com a...

Não há inqueritos válidos.

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

A segurança nasce da confiança
A morte de um cidadão em consequência de tiros disparados pela polícia numa madrugada, num bairro da área metropolitana de Lisboa, convoca-nos para uma reflexão sobre...

opinião

EUGÉNIO FONSECA

A propósito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza
No passado dia 17 de outubro assinalou-se, mais uma vez, o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. Teve início em 1987, quando 100 000 franceses se juntaram na...