A população da União Europeia com mais de 65 anos deverá duplicar entre 1995 e 2050, estimando-se que, nessa altura, em Portugal as pessoas idosas constituam um terço da população do país, segundo um estudo hoje divulgado em Bruxelas. O estudo do gabinete oficial de estatísticas da UE, Eurostat, elaborado no quadro do Dia Internacional das Pessoas Idosas, que se assinala domingo, indica ainda que Portugal é dos países da União Europeia (UE) onde as pessoas têm menos expectativas de ter uma vida saudável após os 65 anos.
Portugal é todavia o país onde se regista uma maior taxa de emprego entre as pessoas com idades compreendidas entre os 65 e 69 anos: em 2005, 28,4 pessoas dentro desta faixa etária continuavam a trabalhar, o valor mais alto da União e muito acima da média comunitária (8 por cento).
De acordo com as projecções do Eurostat, o envelhecimento da população vai atingir toda a União Europeia - no cômputo dos 25 Estados-membros estima-se que a percentagem da população total com mais de 65 anos passe dos 15 por cento de 1995 para 30 por cento em
2050 -, sendo que em Portugal deverá passar de 15 por cento para 32 por cento. Segundo estas estimativas, Portugal será então dos países com uma maior taxa de população idosa dentro de quatro décadas, a par de Alemanha e Grécia (também 32 por cento), e apenas atrás de Espanha (36 por cento) e Itália (35).
Entre 1995 e 2005, já se registou em Portugal uma subida dos 15 para os 17 por cento, precisamente em linha com a média comunitária. Com base em dados de 2003, o documento constata que na União Europeia (então a Quinze) os homens vivem em média 10,1 anos de boa saúde e sem incapacidade após os 65 anos, e as mulheres 10,7 anos, mas em Portugal os valores ficam bem abaixo da média europeia.
De acordo com o documento, a estimativa de anos de vida saudável após os 65 é de 8,4 anos para os homens portugueses e apenas 7,7 para as mulheres portugueses, sendo o valor do universo feminino o terceiro mais baixo da UE a "Quinze".
Relativamente à taxa de emprego das pessoas entre os 65 e os 69 anos, Portugal surge à cabeça da tabela, já que mais de um quarto desta faixa populacional (28,4 por cento) encontra-se ainda empregada (segundo dados de 2005), quando a média comunitária é de somente 8,2
por cento (e 8,1 na UE a Quinze).
Por fim, o estudo revela que Portugal é dos países onde os idosos têm menos contacto com a Internet: em 2005, apenas 2 por cento das pessoas com idades entre os 65 e os 74 anos haviam utilizado Internet nos três meses anteriores, o mesmo valor registado na Lituânia e República Checa e apenas "superado" na Grécia e Eslováquia (1 por cento).
O Eurostat explica que as suas projecções demográficas são apenas um cenário, entre outros, da evolução da população com base nas hipóteses de fecundidade, mortalidade e migração, sendo que este cenário "tendencial" não leva em linha de conta eventuais medidas que sejam adoptadas com vista a contrariar as tendências demográficas.
30.09.2006
Data de introdução: 2006-09-30