Os exercícios mentais têm efeitos benéficos a longo prazo na actividade das pessoas idosas, mesmo quando iniciados tarde numa fase tardia da vida, indica um estudo de investigadores norte-americanos. "As nossas conclusões sugerem claramente que os idosos beneficiam a longo prazo de um programa de exercícios mentais iniciado tarde na vida", afirma um dos autores do estudo, Michael Marsiske, professor de saúde psíquica e clínica na Universidade da Florida.
Esta investigação, que envolveu também as universidades do Estado da Pensilvânia e do Alabama, foi realizada entre 1998 e 2004 com cerca de 3.000 norte-americanos com idades entre os 65 e os 95 anos. O estudo vem publicado na edição do Journal of the American Medical Association (JAMA).
Os voluntários foram divididos em quatro grupos. A três deles, em sessões de uma hora, foi pedido que resolvessem problemas, memorizassem listas de palavras ou identificassem rapidamente informações num ecrã de computador. Ao quarto grupo, de controlo, não foi dado nenhum exercício mental.
Mesmo cinco anos depois da experiência, as pessoas que fizeram os exercícios reconhecerem terem sentido menos dificuldades na execução das suas tarefas diárias, desde a memorização de números de telefone a cálculos mentais simples.
Embora se desconheça se os exercícios teriam os mesmos efeitos se tivessem sido realizados em casa, outras investigações já indicaram que tarefas intelectuais como o preenchimento de palavras cruzadas ou a leitura podem ajudar os idosos a manter a agilidade cerebral.
Os investigadores, que já tinham publicados as conclusões do estudo referentes aos benefícios imediatos dos exercícios mentais para a vivacidade do espírito, ficaram surpreendidos ao constatarem que esses efeitos se mantinham passados cinco anos.
Estima-se que o declínio mental relacionado com a idade afecte 84 milhões de pessoas em todo o mundo em 2040, segundo um editorial que acompanha o estudo.
21.12.2006
Data de introdução: 2006-12-21