NATAL 2006

Diálogo inter-religioso é possível sem esquecer cristianismo

O Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo afirmou, na homilia de Natal, que os cristãos podem entrar em diálogo com crentes de outras religiões desde que não esqueçam o carácter único da sua fé, o cristianismo. Na missa do dia de Natal, na Sé de Lisboa, D. José Policarpo sublinhou que, num momento em que se fala na "urgência do diálogo inter-religioso como caminho para a paz", os cristãos só podem comprometer-se, de forma construtiva, "se não esquecerem este carácter único da sua fé: a proximidade de Deus, em Jesus Cristo".

Noutras religiões também se encontra o "sentido da transcendência de Deus", acrescentou o Cardeal, mas "só o cristianismo torna Deus acessível, próximo, expresso na realidade humana do Homem Jesus Cristo". "No que essas religiões significam de caminho para Deus, elas são expressão silenciosa de Jesus Cristo, o único caminho", disse ainda D. José Policarpo. "Acreditar em Jesus Cristo significa introduzir Deus em todas as dimensões da nossa vida", nas esferas pessoais e de relação com os outros numa história comum, concluiu o chefe da Igreja Católica portuguesa.

No fim do mês de Setembro, numa reunião com embaixadores dos países muçulmanos creditados no Vaticano, o papa Bento XVI sublinhou que o diálogo inter-religioso é "uma necessidade vital" da qual depende "em grande parte o futuro".

Estas declarações surgiram depois de uma intervenção do Papa Bento XVI na Alemanha sobre o Islão, associando o profeta Maomé à expansão da fé islâmica pela violência, que motivou as reacções dos crentes muçulmanos.

Bento XVI aproveitou a ocasião deste encontro excepcional para sublinhar mais uma vez a sua "estima" e "respeito" pela religião muçulmana, após a enorme polémica suscitada pelas suas declarações sobre o Islão durante a viagem à Baviera.

25.12.2006

 

Data de introdução: 2006-12-25



















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