Cinco mil pessoas morrem por dia infectadas com a tuberculose. Números assustadores que confirmam a presença perante um problema de saúde pública que não escolhe fronteiras nem classes sociais, embora os mais desfavorecidos sejam os mais afectados. Para combater estes números é preciso "um grande esforço financeiro para prosseguir com a investigação". Mais do que isso "É preciso que as grandes organizações se unam. É urgente um trabalho de colaboração entre instituições como a Organização Mundial de Saúde, a ONU e os países do G-8", defendeu, ontem, Jorge Sampaio, que participava numa conferência na Universidade de Aveiro, dedicada ao tema da Sida e da Tuberculose.
O comissário do secretário-geral da ONU para a Erradicação da Tuberculose mostrou-se confiante no empenho dos países do G-8 nesta questão, mas mesmo assim deixou um apelo às várias instituições de ensino "para apostarem na formação de recursos humanos na área da saúde para trabalharem nos países africanos".
"É preciso valorizar as parcerias público-privadas, aliando assim a sociedade civil, o mundo académico e empresarial nesta luta contra uma pandemia sem fronteiras. Mais vale investir para impedir que certas coisas cresçam, do que refugiarmo-nos apenas no lado curativo", afirmou jorge Sampaio.
Henrique Barros, coordenador nacional para a Infecção VIH/sida também participou na conferência e alertou para "o desinvestimento que se tem feito na investigação de fármacos para combater a tuberculose. Descobriu-se a vacina, mas nos últimos 20 anos pouco ou nada tem sido feito. É preciso não esquecer que há zonas em Portugal, como é o caso de algumas freguesias da cidade do Porto, onde o número de pessoas infectadas é muito elevado".
29.05.2007 Fonte: Jornal de Notícias
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