A Uniäo de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) atendeu em 2006 no seu centro do Porto 136 mulheres vítimas de violência doméstica, o que corresponde a um aumento superior a 50 por cento relativamente a 2005. Em conferência de imprensa, a UMAR referiu que 62 por cento das mulheres atendidas eram casadas e as restantes solteiras (16%), divorciadas (13%), em uniäo de facto (4%), separadas (2%) e viúvas (1%).
Das mulheres atendidas, apenas nove por cento näo tinham filhos, enquanto as outras tinham um filho (36%), dois filhos (34%) ou três ou mais filhos (21%). O centro de atendimento da UMAR/Porto, inaugurado em Fevereiro de 2004 na "Baixa" da cidade, recebeu em 2006 sobretudo mulheres entre os 30 e 40 anos (42%), mas os escalöes etários superiores continuaram a apresentar incidências significativas: 24 por cento entre 40 e 50 anos e nove por cento entre 50 e 60 anos.
A escolaridade das mulheres atendidas era baixa, com predomínio para o primeiro ciclo (30 por cento), mas seis por cento tinham um curso superior completo.
"Podemos dizer que, ao fim destes anos de trabalho e estudo acumulados, conhecemos as necessidades das mulheres vítimas de violência. As casas-abrigo devem constituir, a nosso ver, o último patamar de intervençäo", salientaram as dirigentes da UMAR, defendendo a necessidade de "apostar na prevençäo e em centros de atendimento de facto".
Para diminuir os custos sociais da violência doméstica, a UMAR considera que "é necessário conhecer e compreender os dramas destas mulheres e das suas crianças".
"Se for um caso de grande risco, o drama de sair de casa, abandonar o emprego, ficar sem casa, os filhos sem amigos", realçou a UMAR, defendendo uma "intervençäo global e articulada, incluindo as vertentes do acompanhamento, do apoio à (re)inserçäo profissional, e da educaçäo e intervençäo comunitárias".
O centro de atendimento da UMAR/Porto está actualmente a funcionar apenas com voluntariado técnico,depois de já ter tido profissionais a tempo inteiro, o que se deve a "enormes constrangimentos financeiros".
Para fazer face a esta situaçäo, a UMAR vai promover um leiläo de arte para angariaçäo de fundos, em 06 de Julho na Junta de Freguesia de Aldoar, Porto, com a participaçäo de "vários artistas de renome".
O objectivo é "dar continuidade ao trabalho no combate e prevençäo da violência doméstica no distrito e na área Metropolitana do Porto".
Com Lusa
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