Minorar a dor física e espiritual dos doentes terminais e família é o objectivo da primeira equipa móvel intra-hospitalar de Cuidados Paliativos no Algarve que vai começar a funcionar a partir de
Janeiro no Hospital de Faro. A equipa, composta por dez profissionais - médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e farmacêuticos -, vai prestar apoio a doentes crónicos que estiverem internados em Faro.
"Queremos sobretudo promover a dignidade no tempo de vida que ainda lhes resta, já que a doença progride rapidamente, causando um intenso sofrimento", disse a coordenadora da equipa, Dagoberta Lima.
A constituição da equipa insere-se nos objectivos do Programa Nacional de Cuidados Paliativos, aprovado em Junho de 2004 e do qual nasceu recentemente um grupo de trabalho para colocar em prática os objectivos e implementar uma escala de resultados.
Até à entrada em funcionamento desta equipa multidisciplinar, o Hospital de Faro dispunha de uma consulta da Dor e de acções paliativas pontuais não organizadas nem articuladas com as especialidades médicas.
A nova equipa, cujo apoio pode ser solicitado pelos diferentes serviços, vai percorrer as camas dos doentes em estado terminal e que necessitem de cuidados especiais, assim como os familiares. "Portugal está finalmente a aperceber-se que a população está a envelhecer", reconhece Dagoberta Lima, salientando a importância dos Cuidados Paliativos, já que 90 por cento da população morre de doença prolongada.
Se até à década de 1960, a "tradição" era morrer em casa, a partir dessa altura começou a assistir-se à "hospitalização" da morte e na maior parte das vezes os doentes crónicos morrem "sozinhos" em "macas".
"É preciso cuidar e não só curar", ressalva, lembrando que a estas equipas são importantes para libertar recursos humanos e técnicos nos hospitais, dirigidos sobretudo a doentes agudos e não crónicos.
A equipa intra-hospitalar que vai começar a actuar em Faro é a primeira no Algarve - prevendo-se que depois seja criada outra no Hospital do Barlavento -, e a segunda a nível nacional, depois de Santa Maria, em Lisboa.
Pelo país existem mais equipas além destas duas, mas não de carácter intra-hospitalar, nomeadamente uma de apoio domiciliário em Odivelas e duas unidades de internamento no Fundão e no Hospital da Luz, em Lisboa.
Em paralelo, há também uma equipa comunitária ao domicílio que actua em Faro, Olhão e Tavira, deslocando-se a casa dos doentes e prestando apoio telefónico, acrescentou a coordenadora.
27.12.2007
Data de introdução: 2007-12-27