As facetas menos conhecidas da Inquisição estão retratadas em 60 documentos inéditos dos seus arquivos que podem ser vistos até 16 de Março, na exposição "Raros e Valiosos", inaugurada em Roma. "Raros e Valiosos. Documentos da Idade Moderna e Contemporânea dos Arquivos do Santo Ofício" está patente no Museu Central do Renascimento.
A mostra reúne manuscritos, volumes impressos, desenhos, gravuras, mapas e o arquivo original da Congregação do Índice, encarregue dos livros proibidos, pertencentes ao arquivo da Inquisição, aberto aos estudiosos há apenas dez anos.
Entre as raridades incluem-se uma versão da comédia de Ludovico Ariosto, com anotações e comentários do inquisidor, assim como manuscritos com notas e correcções e rascunhos de obras de "representações ultrarrealistas" de Cristo na Cruz que mostram grande quantidade de sangue. Estas "representações" eram muito comuns no século XVIII, sendo corrigidas pela Inquisição devido à imagem de terror que transmitiam.
Na exposição há também plantas e mapas de edifícios da Inquisição em diversos lugares da Europa que tinham de ser aprovadas pelo Santo Ofício. A Inquisição, cujas origens remontam ao século XII, era um conselho permanente de cardeais que dependia directamente do Papa com a missão de defender a integridade da fé, através da censura de livros, controlo de ideias ou da educação da espiritualidade popular.
A Inquisição foi gradualmente extinta no século XVIII, embora em Portugal tal tenha sido formalizado em 1821, numa sessão das Cortes Gerais.
20.02.2008
Data de introdução: 2008-02-22