SEGURANçA

Quatro portugueses morrem diariamente em acidentes domésticos e de lazer

Quatro pessoas morrem diariamente em Portugal vítimas de acidentes domésticos e de lazer, que obrigam ao tratamento hospitalar de 1.665 portugueses por dia, segundo um estudo promovido pela União Europeia (UE). De acordo com o último relatório da agência europeia para a promoção da segurança (Eurosafe), os acidentes em casa e durante os momentos de lazer e desportivos são os mais frequentes em todo o espaço comunitário, causando a morte de quase 110 mil pessoas por ano. "O que consideramos serem sítios seguros e agradáveis podem tornar-se potenciais armadilhas mortais", refere o estudo, salientando que oito em cada dez acidentes acontecem em casa, na escola e durante os momentos de lazer e desportivos.

Nas habitações, as casas-de-banho, as escadas e a cozinha são as zonas mais perigosas, "sobretudo para as crianças e idosos".

Apesar de os números serem preocupantes, Portugal é o segundo país com menos vítimas mortais provocadas por este tipo de acidentes, registando "apenas" 14 mortos por cada cem mil habitantes, muito longe da média dos 27 Estados-membros (22 mortos).

Depois das doenças cardiovasculares, cancro e doenças respiratórias, os acidentes domésticos, de lazer, de viação e de trabalho são a quarta causa de morte na UE, sendo mesma a principal causa quando analisada apenas a população até aos 44 anos.

No total, 251 mil europeus morrem anualmente vítimas de violência e de todo o tipo de acidentes e 60 milhões recebem tratamento hospitalar. Em Portugal, são cerca de 5.300 as pessoas que perdem a vida.

Quando comparado com os restantes Estados-membros, é no grupo dos acidentes de trabalho que a situação do país é mais negra: entre 2003 e 2005, morreram, em média, 323 pessoas por ano e mais de 230 mil ficaram feridas. Em termos percentuais, Portugal é o país com mais mortos em resultado de acidentes ocorridos no emprego.

Também preocupantes são as estatísticas dos acidentes de viação. Segundo a média anual do relatório da Eurosafe, 1.361 pessoas perderam a vida e 52 mil ficaram feridas nas estradas portuguesas, números que colocam Portugal no sexto lugar dos países com mais vítimas mortais.

O estudo, apoiado pela Comissão Europeia, conclui que o risco de acidentes varia consoante o país, o grupo social, a idade e o género. "O risco de morrer vítima de um acidente chega a ser cinco vezes superior nos países com as taxas mais altas, quando comparados com os do fim da lista. Na Lituânia, país no topo da tabela, as probabilidades de morrer vítima de um acidente é cinco vezes superior à de morrer na Holanda, país com menos casos", salienta o documento.

Perante estes números, o secretário-geral da EuroSafe, Rupert Kisser, estima que "mais de 100 mil vidas poderiam ser poupadas anualmente, se todos os países da União Europeia fornecessem o mesmo nível de segurança da Holanda".

04.04.2008

 

Data de introdução: 2008-04-04



















editorial

TRANSPORTE COLETIVO DE CRIANÇAS

Recentemente, o Governo aprovou e fez publicar o Decreto-Lei nº 57-B/2024, de 24 de Setembro, que prorrogou, até final do ano letivo de 2024-2025, a norma excecional constante do artº 5ºA, 1. da Lei nº 13/20006, de 17 de Abril, com a...

Não há inqueritos válidos.

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

A segurança nasce da confiança
A morte de um cidadão em consequência de tiros disparados pela polícia numa madrugada, num bairro da área metropolitana de Lisboa, convoca-nos para uma reflexão sobre...

opinião

EUGÉNIO FONSECA

A propósito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza
No passado dia 17 de outubro assinalou-se, mais uma vez, o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. Teve início em 1987, quando 100 000 franceses se juntaram na...