O Governo garantiu que o relatório de Bruxelas que aponta Portugal como o Estado-membro com maior disparidade na repartição dos rendimentos baseia-se em dados de 2004, corrigidos posteriormente pelo Eurostat, o que "diminui o nível de desigualdade". De acordo com Pedro Marques, o Instituto Nacional de Estatística corrigiu os valores inicialmente transmitidos ao Gabinete de estatísticas da União Europeia (Eurostat), o que "diminui o nível de desigualdade em Portugal". "São dados de 2004 e o próprio Eurostat já os corrigiu em baixa, o que altera de forma significativa" a análise, afirmou o governante, em declarações à Agência Lusa.
O Relatório Sobre a Situação Social na União Europeia (UE) em 2007 conclui que os rendimentos se repartem mais uniformemente nos Estados-membros do que nos Estados Unidos. "Apenas Portugal apresenta um coeficiente superior ao dos Estados Unidos", sublinha ainda o documento.
Apesar de a "correcção" atenuar a disparidade na repartição dos rendimentos em Portugal, o secretário de Estado sublinhou que esta continua a ser uma prioridade do Governo, salientando a aprovação do Plano Nacional de Acção para a Inclusão.
Por outro lado, tendo em vista a diminuição das desigualdades, Pedro Marques destacou três áreas prioritárias de intervenção: a melhoria das qualificações, com a criação do Programa Novas Oportunidades, no qual já se inscreveram mais de 400 mil adultos, os rendimentos, com o salário mínimo "a atingir aumentos sem precedentes", e a protecção social, concentrando-a
nas famílias mais carenciadas.
Quarta-feira, na Assembleia da República, o primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou o aumento em 25 por cento do abono de família para os agregados de menor rendimento, ou seja dos primeiro e segundo escalões. A medida entrará em vigor no segundo semestre de 2008 e irá beneficar 900 mil famílias.
23.05.2008
Data de introdução: 2008-05-23