As pequenas instituições privadas do ensino pré-escolar dizem que têm vaga para 10 por cento das "cerca de 100 mil crianças" que ficaram este ano fora do ensino público, mas exigem que o Governo comparticipe nas mensalidades. Cerca de 50 proprietários e educadores de creches e estabelecimentos de ensino particular manifestaram-se frente ao Ministério da Educação, em Lisboa, para mostrar a sua "indignação por falta de uma resposta às propostas de solução para criar condições de sobrevivência aos pequenos e médios colégios".
O presidente da Associação de Creches e dos Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular (ACPEEP), Baptista da Silva, depois de um encontro com o chefe de gabinete do secretário de Estado adjunto e da Educação, afirmou que será dado “um novo crédito ao Ministério da Educaçao e esperar mais duas ou três semanas por uma resposta", afirmou Baptista da Silva, adiantando que se "não obtiverem qualquer resposta" vão realizar novamente uma "grande
manifestação" com pais, alunos e professores.
Baptista da Silva afirmou ainda que o Estado "tem de cumprir a lei e permitir que os pais possam ter livre escolha no processo pedagógico em igualdade de custos". O Estado "não tem escolas para colocar todas as crianças" no ensino pré-escolar e, "em vez de estar a construir escolas, deveria aproveitar as vagas existentes nos estabelecimentos particulares e ajudar os pais a pagar as propinas", defendeu Baptista da Silva.
Segundo o responsável, o subsídio do Estado não iria para os pequenos estabelecimentos de ensino particular mas para os pais das crianças. O presidente da associação adiantou que a ACPEEP realizou um inquérito junto das Câmaras Municipais e concluiu que este ano ficaram de fora do ensino público pré-escolar "cerca de 100 mil crianças".
Baptista da Silva afirmou que algumas autarquias estão disponíveis para ajudar os pequenos estabelecimentos de ensino pré-escolar desde que o Ministério da Educação apoie as famílias com subsídios. Os membros da ACPEEP manifestaram-se contra as creches e jardins de infância clandestinos que, segundo Baptista da Silva, albergam cerca de 20 por cento das crianças.
A associação apresentou em Junho estas propostas ao Ministério da Educação e até hoje não recebeu qualquer resposta, conforme declarou Baptista da Silva, sublinhando que um dos motivos da manifestação era exigir "respostas concretas por parte da tutela".
A ACPEEP representa 700 colégios, que no total têm mais de 10 mil alunos e três mil funcionários.
12.09.2008
Data de introdução: 2008-09-12