As Misericórdias criaram nos últimos dois anos 3 mil postos de trabalho no País através da Rede de Cuidados Continuados, anunciou o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) no encerramento das Primeiras Jornadas de Cuidados. Desses, metade são postos directos e outra metade empregos indirectos. Salientando a importância das Misericórdias na economia social, Manuel Lemos adiantou que a Rede de Cuidados Continuados "está a crescer", prevendo-se a abertura no "próximo ano de mais 30 unidades", a juntar às actuais 60.
Esta Rede de Cuidados Continuados dá assistência de média e longa duração, acrescida de cuidados domiciliários, havendo ainda "muita gente em casa em más condições, assim como nos hospitais públicos ou nos lares à espera de poderem usufruir" desta rede.
Segundo aquele responsável, até 15 de Outubro passaram 12.000 pessoas pela referida rede, da qual as Misericórdias detêm 80 por cento dos serviços, que "não constituem um hospital de retaguarda, mas um outro pilar dos Sistema de Saúde", visando também "devolver as pessoas à vida activa".
Existem em todo o país 398 Misericórdias que, ("se fosse possível juntar num orçamento de exploração) movimentam 700 milhões de euros por ano, valor muito por baixo", mas que reflecte o peso da economia social no País", destacou Manuel Lemos.
Reportando-se à actual crise financeira e económica mundial, o presidente da UMP disse que "as suas consequências vão ter efeitos nas Misericórdias, que ao longo dos séculos , com ou sem Estado Social, têm sido o refúgio final para os mais necessitados, os mais desprotegidos e os mais pobres".
Manuel Lemos conclui: "É necessário ter consciência que muitas misericórdias vão passar por momentos difíceis, pelo que o actual momento torna inadiável que nos debrucemos a sério sobre a Economia Social em Portugal".
Data de introdução: 2008-11-13