Apesar das profundas metamorfoses que têm vindo a afectar a quadra natalícia, transformando um tempo e um acontecimento que deveria ser de mensagem humanista em homenagem e evocação de Deus que se fez HOMEM para, com a Sua Humanidade, na forma de um CRIANÇA, ajudar os homens a compreender e a anunciar Deus, ainda vão restando aqui e ali expressões natalícias de carácter festivo e imbuídas daquilo a que se tem chamado o “espírito de solidariedade” !
As atenções para com os sem abrigo, a troca das prendas, as campanhas televisivas em benefício de famílias pobres e instituições de solidariedade constituem gestos verdadeiramente natalícios! Nem tudo está mal!
Porém, como diz o bom povo: “natal deve ser todos os dias”…e isto já é mais difícil fazer acontecer!
O ano que agora finda vai ficar como um “ano negro” para esquecer, devido ao pecado social da “ganância, da especulação financeira” que causaram uma turbulência nas relações de confiança entre as pessoas e os bancos a quem tantos portugueses e europeus entregaram poupanças de muitos anos de trabalho e austeridade!
Em vez da luta pela erradicação da pobreza, a capitalismo selvagem tem conduzido a economia para a acumulação obscena de riqueza à custa de suor e canseira de milhões e milhões de trabalhadores que, em vez de verem repartida a riqueza que criam, assistem com legítima indignação e protestos por verem que, cada vez mais são cada vez menos repartidos os lucros por quem trabalha, indo parar a bolsos de gente sem escrúpulos que se apropria ilegitimamente de riqueza que não criou!
Começamos um Novo Ano sempre com a esperança de que se revele melhor que o ano findo. Temos de acreditar que assim vai ser. Temos de lutar para que assim aconteça!
As próprias Instituições de Solidariedade Social vão reunir-se em Congresso para, enquanto expressão organizada da Solidariedade Institucional protagonizada pela CNIS, fazerem um balanço das suas formas de intervenção social, avaliando percursos feitos (que foram muitos e bem sucedidos), boas práticas (que merecerão certamente apoio e continuidade), eventuais omissões no seu papel de sentinelas de serviço às pessoas, famílias e comunidades que, hoje mais que nunca, precisam de quem lhes dê voz e vez!
Agora como sempre, e, desta vez, talvez mais do que nunca, a UNIÃO TEM DE FAZER A FORÇA!
Data de introdução: 2009-01-10